Notícia
Marques Mendes: Há banqueiros que já deviam estar na prisão
O antigo líder do PSD criticou, no seu habitual espaço de comentário na SIC, a actuação de alguns banqueiros, mas elogia outros e defende que nesses casos haja distribuição de dividendos.
Luís Marques Mendes disse hoje, no seu habitual espaço de comentário na SIC, que há banqueiros que já deviam estar na prisão. Mas outros há que atuaram bem e nesses casos os bancos têm legitimidade para pagar dividendos.
"O BCP anunciou esta semana que deu cerca de 300 milhões de lucros em 2018. Tal como o BPI já tinha anteriormente anunciado lucros de 490 milhões. E as pessoas questionam, e com razão: será legítimo distribuir dividendos aos seus accionistas, depois de o Estado ter gasto tanto dinheiro com a banca?", começou por dizer o comentador político.
E prosseguiu: "Eu diria: há que separar o trigo do joio. Cada caso é um caso. Há banqueiros que já deviam estar na prisão e há outros que merecem elogio".
Na opinião do ex-dirigente social-democrata, "é legítimo que as pessoas estejam indignadas com o que se passou no BPN, no BES e na CGD, que em grande medida parecem casos de polícia; É legítimo que as pessoas estejam indignadas com o que se passou no Banif, onde também se perdeu muito dinheiro, sem explicação cabal".
No entanto, defendeu, "já não é legítimo pensar o mesmo do BCP e do BPI. Estes bancos não custaram um único euro ao Estado. Pelo contrário, o Estado até ganhou dinheiro com eles".
"É verdade que o BCP e o BPI tiveram empréstimos do Estado (no total 4,5 mil milhões de euros). Mas já devolveram tudo ao Estado. Mais do que isso. Do dinheiro que emprestou a esses dois bancos, o Estado pagou à troika juros da ordem dos 3% ou 4%. Mas cobrou juros a esses dois bancos na ordem dos 8% ou 9%".
"Ou seja: com o BCP e o BPI, o Estado não só não perdeu um euro, como até ganhou dinheiro com os juros que cobrou", sublinhou Marques Mendes, que considera assim ser legítimo que distribuam dividendos.
"E é de saudar que tenham lucros. Até porque dessa forma voltaram a pagar impostos ao Estado", rematou o antigo líder do PSD.