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Mais de três anos depois de nascer, Novo Banco é vendido
Com a venda de 75% do capital à Lone Star, termina a medida de resolução aplicada ao Banco Espírito Santo. O Novo Banco deixa de ser um banco de transição. Os americanos só têm de ficar três anos.
O Novo Banco foi vendido aos três anos e dois meses de vida. No mesmo sítio em que foi constituído, mas a uma hora diferente. O contrato através do qual o Fundo de Resolução se desfez de 75% da instituição financeira constituída a 3 de Agosto de 2014 foi assinado esta quarta-feira, 18 de Outubro, entre o vendedor e o comprador, o fundo americano Lone Star. A medida de resolução aplicada ao Banco Espírito Santo terminou.
Foi na mesma sala em que o Novo Banco foi constituído, na conferência de imprensa dada por Carlos Costa em 2014, que foi dada a palavra final para a sua venda. Com representantes do regulador da banca, do comprador e jornalistas, a operação avançou.
Donald Quintin, representante da Lone Star, Luís Máximo dos Santos, vice-governador e responsável do Fundo de Resolução, e Carlos Costa, governador, deixaram as suas assinaturas na declaração de transferência.
A Lone Star compra 75% do banco presidido por António Ramalho por zero euros, avançando com um aumento de capital de 750 milhões de euros, comprometendo-se, até ao final deste ano, a injectar outros 250 milhões. Em Março, aquando do anúncio da operação, a intenção era que este reforço adicional fosse concretizado em três anos.
O Fundo de Resolução, que funciona junto do Banco de Portugal, continua a ser dono de 25% do Novo Banco, assumindo, igualmente, um mecanismo de capitalização contingente, em que poderá ter de colocar 3,9 mil milhões de euros caso um conjunto de activos perca valor e viole um certo nível, pré-definido, de capital.
Lone Star não pode vender em três anos
Comprando em Outubro de 2017, o fundo americano Lone Star, que faz o investimento através do seu fundo chamado Nani, não poderá vender a sua participação no Novo Banco no prazo de três anos, estando proibido de fazer operações entre entidades do grupo que envolvam o banco. Já o banco está impedido de fazer a distribuição de dividendos aos accionistas.
Com esta operação, fica fechada a medida de resolução determinada a 3 de Agosto de 2014, que colocou fim ao BES enquanto banco comercial. O Novo Banco perde, também, o estatuto de banco de transição, passando a ser uma instituição como as restantes.