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Itália e UniCredit rompem negociações sobre venda do Monte dei Paschi
Elevados custos da recapitalização do mais antigo banco do mundo pelo governo de Draghi terão ditado o fim do processo de negociações.
O Governo italiano e o UniCredit deverão anunciar em breve o fim das negociações para a compra o banco Monte dei Paschi depois de várias tentativas de alcançar um acordo para a recapitalização da instituição financeira, avança o Financial Times.
Um dos principais fatores a bloquear o acordo na última ronda de negociações foi o valor do capital a injetar no banco toscano, segundo elementos envolvidos no processo citados pelo jornal.O governo de Mario Draghi teria de injetar no Monte dei Paschi, o mais antigo banco do mundo, cerca de 7 mil milhões de euros, o que foi considerado pelo Executivo italiano um montante demasiado elevado.
Ao Financial Times, um responsável italiano explicou que "a operação estava a ser vista como demasiado cara para o governo italiano". "A injeção de capital exigida pelo UniCredit seria demasiado esticada", adiantou a mesma fonte ao jornal britânico.O cancelamento das negociações deverá ser, por isso, anunciado de forma oficial nos próximos dias.
O governo de Draghi tem até ao final deste ano para vender o Monte dei Paschi, por imposição da Comissão Europeia, depois de o banco ter sido resgatado em 2017 pelo Tesouro italiano.
Já no início da semana passada, o Tesouro italiano tinha admitido que a recapitalização do banco deveria exigir mais capital do que o inicialmente estimado: 2 mil milhões a 2,5 mil milhões de euros. Contudo, o governo de Draghi recusou a fasquia imposta pelo UniCredit, o que levou as negociações a um ponto de rutura.
O Executivo italiano deverá agora tentar prolongar o prazo de venda da instituição financeira junto da Direção-Geral da Concorrência.