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Faria de Oliveira: “É legítimo em qualquer actividade cobrar” comissões
O presidente da APB defende o facto de os bancos cobrarem comissões, mas recusa a ideia de que haja um aumento do custo dos serviços. “É legítimo e normal em qualquer actividade económica cobrar serviços”, defende Faria de Oliveira.
"É legítimo e normal em qualquer actividade económica cobrar taxas pelos serviços prestados, seja na electricidade, na água, no gás ou nas telecomunicações". É desta forma que o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Fernando Faria de Oliveira, responde quando questionado sobre o facto de várias instituições estarem a aumentar as comissões cobradas aos seus clientes.
Para o representante dos banqueiros não se pode falar de aumento de comissões, tendo em conta os dados compilados pela APB a partir dos resultados dos bancos. As contas das instituições financeiras mostram que, em termos globais, no ano passado, as comissões líquidas caíram 12,6% para 2,7 mil milhões de euros, sublinhou Faria de Oliveira num encontro com jornalistas.
O líder da APB mostra compreensão com a posição dos clientes bancários que se queixam do aumento do custo dos serviços bancários. "Em Portugal houve um longuíssimo período em que a margem financeira era suficientemente grande para subsidiar as comissões, mas quando a margem financeira encolheu houve necessidade de fazer ajustamentos de comissões para compensar essa perda de receitas".
No entanto, Faria de Oliveira garante que numa comparação com a realidade dos restantes países europeus, "Portugal posiciona-se muito favoravelmente", já que está entre os países com comissões mais baixas, isto apesar de "o sistema bancário português ser o que está sob maior pressão em termos de rentabilidade".
"Só o facto de os clientes acederem a uma rede [de prestação de serviços] implica que tenham de cobrir parte dos custos para manter essa rede" a funcionar, exemplifica o representante dos banqueiros, defendendo que este princípio é verdadeiro para a banca e para os restantes sectores de actividade. "O sistema bancário não é um serviço público estatal", sublinhou.