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Explorer lança fundo imobiliário de 200 milhões para investir em Lisboa

A maior gestora de “private equity” portuguesa vai arrancar dentro de dois meses com um fundo para investir em imóveis para escritórios em Lisboa. Somando este fundo, a Explorer passa a ter 1.230 milhões de euros sob gestão.

Miguel Baltazar
29 de Março de 2017 às 22:11
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A Explorer Investments, a maior capital de risco em Portugal, vai avançar para uma nova área de actividade. A gestora, que nasceu em 2003, está a lançar um fundo imobiliário no valor de 200 milhões de euros para investir em escritórios em Lisboa.

"Estamos a trabalhar para montar um fundo imobiliário para escritórios em Lisboa, para arrancar dentro de dois meses", revela Elizabeth Rothfield, sócia-fundadora da Explorer, numa entrevista ao Negócios realizada em conjunto com Rodrigo Guimarães, também sócio-fundador e presidente. O capital, 100 milhões de euros, já foi levantado junto de investidores. A que se somam 100 milhões de euros em dívida, que dão ao fundo um "poder de fogo" de 200 milhões.

"Achamos que há ainda muito espaço no mercado imobiliário em Lisboa, nomeadamente escritórios." Elizabeth rothfield, Sócia-fundadora da Explorer Investments

"Achamos que há muito espaço ainda no mercado imobiliário em Lisboa, nomeadamente em escritórios. Queremos fazer uma coisa com valor acrescentado. Vamos remodelar edifícios, fazer o ‘upgrade’ e depois vender", explica Elizabeth Rothfield. Uma aposta que parte da perspectiva de que "vai continuar a existir uma evolução positiva nos preços do imobiliário em Lisboa".

O novo fundo vem reforçar o portefólio da Explorer, que conta já com três fundos de "private equity" (o primeiro já encerrado) e o Fundo Revitalizar Norte. A gestora de capital de risco tem ainda a seu cargo a gestão do Discovery, um fundo criado pela banca para a recuperação de unidades hoteleiras em dificuldades que estavam no seu balanço, num total de 800 milhões de euros. Somando o novo fundo imobiliário, a Explorer tem 1.230 milhões sob gestão.

 A rendibilidade proporcionada pelos fundos não é homogénea. Rodrigo Guimarães avança que o Fundo I terminou com uma rentabilidade de 2,3 vezes o capital investido.  O Fundo II, lançado em 2007,  apresenta um retorno nulo ou ligeiramente negativo. "Obviamente este fundo teve menos sucesso porque apanhou a crise em cheio",  justifica. "Há várias empresas que estão ainda no portefólio e uma valorização um bocadinho superior ou inferior vai condicionar o resultado final." A fase de desinvestimento estará concluída até Abril de 2018.

Com uma rentabilidade nula está também o Fundo Revitalizar Norte, lançado há quatro anos.  "O fundo está a correr bem, sobretudo se pensarmos que são empresas em dificuldades ou quase start-up", defende Rodrigo Guimarães. Depois da Francork e Valindo, está em curso a venda da Caixiave.

No Fundo III foi já devolvido 70% do dinheiro aplicado pelos investidores, explica o sócio da Explorer, graças à venda da Brandcare e à distribuição de dividendos por empresas que estão na carteira. Até ao fim do ano está prevista a venda de mais duas empresas. O desempenho até à data situa-se em 1,8 vezes o capital investido, o que equivale a uma taxa interna de retorno anual à volta de 24%, "o que nos põe com certeza no topo do quartil superior dos fundos desta dimensão a nível europeu", diz Rodrigo Guimarães.

A Explorer estava já a avançar com o Fundo IV, também de 200 milhões, mas a saída do sócio Marco Lebre levou a gestora a adiar o lançamento. 

portefólio

Os cinco fundos geridos pela Explorer

Os vários fundos da Explorer gerem mais de 40 empresas, sem contar com as unidades hoteleiras do Discovery. 

Fundo I fechou com ganho de 2,3 vezes

O primeiro fundo da Explorer Investments nasceu em 2004 com 62 milhões de euros. Apesar de alguns dissabores, como o investimento nos ginásios Holmes Place, proporcionou um retorno de 2,3 vezes o capital investido.

Fundo II apanhado pela crise

Embalados pelo resultado do primeiro fundo, quatro anos depois  surgiu o segundo, com 200 milhões de euros para investir, entre capital e dívida. O fundo apanhou com a crise, a partir de 2008, e o retorno é nulo. Depois da venda da Probos e da Gascan, sobram cinco empresas na carteira. O desinvestimento deverá estar concluído até Abril de 2018.

Fundo III lançado em 2009

Com 135 milhões de euros, o terceiro fundo da Explorer tem investimentos em seis empresas, depois da venda da Brandcare. Até ao final do ano deverão ser alienadas mais duas empresas. 70% do capital já foi devolvido aos investidores.

Discovery com retorno de 10% em quatro anos

A Explorer é a consultora de investimento do fundo criado pela banca para a recuperação de activos imobiliários hoteleiros. Rende cerca de 10% desde que foi criado, há quatro anos. O horizonte de investimento é de 20 anos.

Revitalizar norte à procura de ganhos

A Explorer é a gestora do Fundo Revitalizar Norte, que conta com 28 empresas, depois de duas saídas. O retorno deste fundo de 80 milhões é, para já, nulo.

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