Será no dia 28 de Agosto que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai entregar ao Estado o dividendo extraordinário de 300 milhões de euros que lhe permitem devolver a totalidade dos 2,5 mil milhões da injeção pública feita na recapitalização de 2017. 

A informação foi avançada pelo banco público em comunicado avançado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. A decisão de entregar um dividendo adicional foi anunciada na apresentação de resultados do primeiro semestre do banco, no final de julho.

"Com o pagamento deste dividendo adicional de 300 milhões de euros é integralmente "reembolsada a recapitalização pública em dinheiro" realizada em 2017, no valor de 2.500 milhões, sucedendo ao reembolso de 100% dos 1.000 milhões de euros da componente de dívida privada, que ocorreu em 2023, na primeira data contratualmente prevista", escreve o banco.

A CGD tem entregado dividendos anuais ao Estado desde 2018. Referentes a esse ano foram 200 milhões de euros. No ano seguinte foram 317 milhões e em 2020 pagou 204 milhões. O valor aumentou para 713 milhões em 2022 e para 525 milhões referentes ao exercício de 2023, aos quais decidiu acrescentar, por via dos resultados alcançados, os 300 milhões cuja data de pagamento foi agora anunciada.

Uma injeção paga em sete anos

Em 2017 o primeiro Governo Costa recapitaliza a CGD. O Ministério das Finanças, liderado por Mário Centeno, atual governador do Banco de Portugal, negoceia com Bruxelas a injeção de 4,9 mil milhões de euros. O Estado ficou responsável por 3,9 mil milhões e os privados entrariam com o restante (já devolvido). Dos cofres públicos saíram duas parcelas: a injeção de 2,5 mil milhões de euros (que com este dividendo fica saldada) e a absorção de 945 milhões em obrigações de capital contingente. Além disso, entraram no banco 500 milhões de euros da venda dos 49% que a Parpública tinha na Parcaixa.