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BBVA em negociações para fusão com o Sabadell
Depois de encaixar mais de mil milhões de euros a vender ativos nos Estados Unidos, o BBVA vira-se para o mercado interno e responde à fusão entre o Bankia e o CaixaBank.
O setor financeiro em Espanha está ao rubro. Depois da fusão entre o CaixaBank e o Bankia, está à vista uma nova mega operação entre dois dos maiores bancos espanhóis.
A imprensa espanhola avançou esta tarde que o BBVA e o Sabadell estavam a estudar uma união e aquele que é o segundo maior banco espanhol já veio confirmar esse cenário. Estes dois bancos têm atualmente pouca expressão no mercado português.
O BBVA está em conversações com o Sabadell "em relação a uma potencial operação de fusão entre as duas entidades", confirmou o BBVA em comunicado ao regulador espanhol, acrescentando que "foi dado início ao habitual processo de ‘due diligence’ neste tipo de operações".
Se a fusão se concretizar, será criada uma instituição financeira com cerca de 960 mil milhões de euros em activos, consolidando o segundo lugar entre bancos com origem em Espanha. Ficará mais perto do líder Santander (com forte presença internacional) e mais distante da entidade que resultou da fusão entre o Bankia e o CaixaBank, que em Portugal controla 100% do capital do BPI.
Analisando apenas a presença no mercado espanhol, a nova entidade terá ativos em torno de 600 mil milhões de euros, aproximando-se assim do líder regional CaixaBank/Bankia e deixando o Santander mais isolado no terceiro lugar da banca espanhola.
O BBVA/Sabadell junta 46 mil empregados e mais de 4 mil agências bancárias, sendo que ambos os bancos têm já em marcha planos para reduzir o número de trabalhadores.
A fusão entre o BBVA e o Sabadell é falada no mercado desde este verão e, segundo a imprensa espanhola, as conversações entre os dois bancos intensificaram-se na semana passada.
Este movimento do BBVA é dado no próprio dia em que este banco espanhol realizou uma importante venda de ativos que libertou fundos para avançar com novas operações. O BBVA fechou um acordo com a PNC Financial Services para a venda das operações do banco espanhol nos Estados Unidos, recebendo uma contrapartida de 11,6 mil milhões de dólares.
O BBVA já contratou o JPMorgan para estudar a operação, enquanto o Goldman Sachs é o assessor do Sabadell.
Os bancos espanhóis estão na frente da onda de consolidação que se espera no mercado bancário europeu, que deverá acelerar com a crise provocada pela pandemia e que está a ser incentivada pelos reguladores.
Ações disparam
O mercado já aplaudiu este potencial casamento entre dois dos maiores bancos espanhóis. O BBVA deu um salto de 16%, enquanto o Sabadell disparou ainda mais: quase 25%.
À custa do forte desempenho da banca (que também beneficia com as notícias positivas sobre as vacinas), o índice espanhol IBEX-35 disparou mais de 8% na semana passado, o que representa a maior valorização desde 1998.
O BCP aproveitou a boleia e na semana passada disparou mais de 30%, o qe representa a maior subida de sempre. Hoje avançou mais 6% e já negoceia acima de 10 cêntimos por ação.