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Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento pondera deixar Londres
Fonte próxima do banco disse à Reuters que Andras Simor, director financeiro do BERD, se encontra no início de uma revisão que trará os primeiros resultados na segunda metade de 2017.
O Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) poderá vir a deslocar centenas de trabalhadores para fora de Londres. A decisão faz parte de um plano de eficiência traçado este ano, revela a Reuters.
A revisão levada a cabo por Andras Simor, director financeiro da instituição, passa por uma deslocação de alguns dos funcionários do back office que lidam com os negócios e a administração do banco para outros países de operação ou para um escritório mais barato dentro ou fora da cidade de Londres.
A direcção do banco está a estudar as funções que podem ser deslocadas para outras instalações e se tal valerá a pena. "Provavelmente produzirá resultados na segunda metade do próximo ano", afirma aquela fonte.
A estratégia não está relacionada com o voto positivo ao Brexit no passado dia 24 de Junho, mas um dos oficiais do banco avançou à Reuters que qualquer decisão no sentido de um "Brexit duro" poderá influenciar a decisão do BERD.
A revisão do BERD está principalmente focada nos custos, e uma redução do valor da libra em relação ao euro tem vindo a tornar a capital inglesa num local mais barato.
O BERD já implementou medidas de eficiência e de cortes nas despesas, com a promessa de manter mais de 400 milhões de euros por ano no seu orçamento para os próximos dois anos.
A 14 de Outubro Michel Sapin, ministro das Finanças francês observou que os bancos norte-americanos estavam a avaliar uma saída do Reino Unido, na sequência do Brexit. Paris é uma das várias cidades que pretende acolher as instituições financeiras que se desloquem para fora do Reino Unido.
No fim do mesmo mês, o presidente executivo do BBA, Anthony Browne, afirmou que os bancos internacionais também poderiam vir a sair do Reino Unido "antes do Natal", e que os bancos de maior dimensão poderão vir a fazê-lo no primeiro trimestre de 2017.
O Reino Unido também poderá vir a perder mais instituições fora do campo bancário. A Agência Europeia do Medicamento poderá sair de Londres e países como Portugal encontram-se dispostos a ver a instituição a operar no seu território.
Já no campo tecnológico, a Facebook anunciou no início desta semana um aumento dos seus funcionários em Londres em 50%. Zuckerberg contratou 500 engenheiros "altamente qualificados", naquilo que o próprio considera ser "uma parte importante da história do Facebook". E também a Google manifestou vontade de aumentar o efectivo na capital britânica, praticamente duplicando-o.