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Álvaro Sobrinho sai da liderança do Banco Valor

O antigo presidente do BES Angola, que liderava há mais de um ano o Banco Valor, de que se havia tornado accionista maioritário, pediu a demissão do cargo agora ocupado na decorrência de suposta pressão do Banco Nacional de Angola.

16 de Setembro de 2014 às 19:06
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Álvaro Sobrinho vai abandonar a liderança do Banco Valor pouco mais de um ano depois de ter assumido a liderança deste banco angolano, de que se havia tornado accionista maioritário, e pouco mais de dois anos decorridos desde a sua saída da liderança do BES Angola no seguimento de divergências com o então líder do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado.

 

A notícia, que havia sido inicialmente avançada pelo Diário Económico, na passada quinta-feira, justificava esta saída devido a pressões feitas pelo Banco Nacional de Angola (BNA), na decorrência de diligências relacionadas com o mandato de Sobrinho, entre 2000 e 2012, à frente do BESA.

 

Entretanto, foi o jornal angolano O País a confirmar a saída de Sobrinho da liderança do Banco Valor, avançando, contudo, que terá sido o próprio a pedir a "suspensão por motivos pessoais" numa carta enviada, há cerca de duas semanas, ao conselho de administração do banco, segundo informação prestada por uma fonte não identificada.

 

O País terá ainda apurado que os accionistas do Banco Valor irão reunir-se em assembleia-geral no próximo dia 3 de Outubro para a eleição do futuro líder da instituição financeira angolana, que opera essencialmente nas áreas do imobiliário, comércio e aviação

 

Um homem próximo de Sobrinho, Mário Ramires, administrador da Newshold, confirmou a saída do antigo colaborador de Salgado da administração do Banco Valor, mas desmente qualquer tipo de pressão por parte do regulador financeiro angolano.

 

Em declarações a O País, Mário Ramires garante que "efectivamente, o doutor Sobrinho pediu a sua suspensão pelo facto de ter cada vez menos tempo para o banco, em função da ausência frequente de Luanda e do banco, estando ele muito tempo entre Lisboa, Londres e Nova Iorque". Aproveitou ainda para desmentir a notícia sobre supostas pressões do BNA, que assegura ser "falsa".

 

Recorde-se que o Diário Económico havia noticiado também que, além da saída de Sobrinho, o BNA havia requerido ainda o afastamento, da administração do Banco Valor, de João Moita e Lígia Madaleno, antigos CFO e CCO, respectivamente, de Sobrinho no BESA.

 

O Banco Nacional de Angola detectou vários créditos irregulares, num montante de 5,7 mil milhões de euros, que tinham sido concedidos durante a vigência de Álvaro Sobrinho no BESA, detido em 55,7% pelo antigo BES, e acabou mesmo por intervencionar o BESA.

 

Já antes desta intervenção, o Governo de Angola tinha emitido uma garantia soberana de pouco mais de quatro mil milhões a favor do BES (accionista maioritário do banco angolano) que veio a ser revogada aquando do colapso do banco então liderado por Ricardo Salgado.

 

O angolano Álvaro Sobrinho, que saiu em 2012 da liderança do BESA em divergência com Ricardo Salgado, depois de um passado enquanto administrador tanto do BESA como do BES, ainda em Portugal, é um dos cinco familiares directos donos da Pineview, empresa sediada no Panamá e que detém os direitos de voto da Newshold.

 

Por sua vez, a Newshold é actualmente dona dos jornais portugueses Sol e i, e também detém uma participação de 3,13% do capital social da Cofina, grupo detentor de jornais como o Negócios ou o Correio da Manhã.

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