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SAG recebe injecção de 181,4 milhões de euros do maior accionista
A SAG concretizou as medidas aprovadas em assembleia geral para permitir a capitalização da companhia, entre elas a venda da posição na Unidas ao seu maior accionista, o grupo SGC.
A SAG anunciou esta terça-feira que concretizou a venda da posição accionista na brasileira Unidas ao seu accionista, conseguindo um encaixe de 100 milhões de euros com a concretização da operação que foi aprovada pelos accionistas na assembleia geral que decorreu na segunda-feira, 21 de Dezembro.
A posição de 33% que a SAG detinha na Unidas foi adquirida pela Accionista Principal, companhia que é controlada pelo mesmo accionista da SAG Gest, ou seja, do Grupo SGC. Esta empresa, de João Pereira Coutinho (na foto), controla 80% do capital da SAG.
Esta foi uma das medidas incluídas no plano de capitalização da companhia que controla a importadora de automóveis SIVA e que os accionistas aprovaram na assembleia geral. A outra diz respeito à concessão de prestações acessórias de capital, também por parte da Accionista Principal, que permitiu à SAG realizar 81,4 milhões de euros em dinheiro.
Desta forma, a SAG encaixou 181,4 milhões de euros, um montante que representa 60% da dívida da companhia.
A SAG avançou para a venda da posição na companhia brasileira depois de não ter tido sucesso em encontrar um comprador para este activo, que já estava no mercado para ser vendido desde 2013. Sendo que a Unidas é também um dos principais motivos que arrastou a SAG para prejuízos nos últimos anos.
No comunicado à CMVM, a dona da SIVA, que comercializa as marcas da Volkswagen em Portugal, afirma que a "implementação destas operações permite à SAG adequar a estrutura do seu balanço ao negócio que desenvolve e à rentabilidade das suas actividades".
"Reestruturação profunda" no balanço
Nas propostas que levou à assembleia geral, a SAG alertava para a necessidade de "proceder a uma reestruturação profunda" no seu balanço, "mediante o reforço dos seus capitais próprios e a redução do seu endividamento, para níveis que sejam adequados face à rentabilidade das suas operações e que garanta a sustentabilidade futura da empresa".
Em 30 de Setembro de 2015, a SAG apresentava capitais próprios consolidados negativos de 68,4 milhões de euros e resultados líquidos acumulados do exercício também negativos em 5,5 milhões.
Após esta operação, a SAG passa a apresentar um capital próprio positivo de 31,3 milhões de euros. "Para além da conta de resultados, a evolução dos capitais próprios da SAG deixará de estar exposta às variações cambiais associadas à participação da Unidas que, só nos primeiros nove meses de 2015, provocaram um impacto negativo de 30,5 milhões de euros e que foram, ao longo dos últimos anos, o principal factor de deterioração patrimonial da sociedade", referia a SAG no ponto da ordem de trabalhos que foi apresentado na AG.
Para financiar este programa de capitalização da SAG, a Accionista Principal contratou um financiamento de 81,9 milhões de euros e 100,5 milhões de euros junto do Banco Comercial Português e do Novo Banco, Caixa Geral de Depósitos e Banco BPI, respectivamente.