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Nissan em negociações para comprar participação do Estado francês na Renault
A Nissan está a discutir planos para um vínculo ainda mais estreito com a Renault. A marca japonesa pretende comprar a participação do Estado francês na Renault, segundo a Reuters.
A fabricante automóvel japonesa Nissan pretende adquirir a maior parte da participação de 15% do Estado francês na Renault, noticiou a Reuters citando fontes próximas da operação. As duas empresas estão em negociações com responsáveis do governo sobre as propostas do líder da Renault-Nissan, Carlos Ghosn.
No entanto, este acordo enfrenta obstáculos significativos, incluindo a extrema sensibilidade política em França, como a aprovação do governo desta compra e no equilíbrio dos interesses franceses e japoneses, afirmam as fontes à Reuters.
A Renault está a ser aconselhada pelo BNP Paribas e a Nissan pela Nomura sobre esta possível venda da participação do Estado francês na Renault.
Esta aliança entre a Renault e a Nissan é falada desde o início de 1999, especulando-se desde então que iria acontecer uma fusão completa entre as duas companhias. No entanto, acabou por ser deitada por terra por causa das objecções da França, a maior accionista da Renault.
A Renault detém uma posição de 43,4% na Nissan e a fabricante japonesa controla 15% da empresa francesa, embora não tenha qualquer direito de voto. A Nissan também tem uma posição de controlo de 34% na Mitsubishi.
Carlos Ghosn é o principal arquitecto desta aliança. Tendo começado agora o seu último mandato como CEO da Renault, acaba por ser pressionado a garantir o futuro da Renault-Nissan, o grupo automobilístico que o ano passado foi o que mais vendeu em todo o mundo.
Já o governo do presidente Emmanuel Macron admitiu recentemente aos representantes de Ghosn que estariam dispostos a vender a sua participação na Renault como parte de um acordo de fusão que garanta os interesses franceses, de acordo com várias fontes próximas das múltiplas negociações, citadas na Bloomberg.
Além da perda de influência, França continua preocupada com o impacto que esta perda da participação na Renault possa ter nos centros tecnológicos, nos empregos industriais e nas receitas tributárias, afirmam fontes à Reuters.
As acções da Renault reagiram em forte alta à notícia, registando uma valorização de 8,2% para 96,73 euros.