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Fundação Eugénio de Almeida compra Caves da Murganheira
Sem divulgar o valor da aquisição, a FEA explicou à agência Lusa que a empresa Tapada do Chaves -- Sociedade Agrícola e Comercial, S.A. foi comprada à Sociedade Agrícola e Comercial do Varosa, que possui as Caves da Murganheira.
A Fundação Eugénio de Almeida (FEA), detentora da Adega Cartuxa, em Évora, anunciou hoje a aquisição da empresa dos vinhos Tapada do Chaves, produzidos em Portalegre, numa herdade com duas das mais antigas parcelas de vinha do Alentejo.
Sem divulgar o valor da aquisição, a FEA explicou à agência Lusa que a empresa Tapada do Chaves -- Sociedade Agrícola e Comercial, S.A. foi comprada à Sociedade Agrícola e Comercial do Varosa, que possui as Caves da Murganheira.
"A Tapada do Chaves, uma propriedade e marca de vinhos de qualidade da região de Portalegre, acaba de mudar de mãos", revelou a FEA, acrescentando que o negócio foi concretizado "depois de algum tempo de negociações".
A empresa vai manter a mesma designação e administração vai ser conduzida por José Mateus Ginó, Pedro Baptista e Rita Rosado, que integram o conselho executivo da Fundação Eugénio de Almeida.
"Os vinhos Tapada do Chaves são uma marca com um forte potencial de reconhecimento no mercado", o que, "por si, já representa um activo de considerável valor", destacou José Mateus Ginó.
A juntar a isso, continuou, a propriedade onde são produzidos "tem características e localização ímpar", conferindo-lhe "a possibilidade ímpar de produzir vinhos únicos, fruto de um 'terroir' irrepetível".
Localizada em Frangoneiro, nos arredores de Portalegre, a herdade que dá nome aos vinhos possui 60 hectares de terra e 32 de património vitícola, referiu a FEA.
"A Tapada do Chaves localiza-se numa zona fortemente influenciada pela orografia (Serra de São Mamede) e pela cobertura agro-florestal que lhe confere um microclima específico e decisivo para a qualidade e tipicidade dos vinhos aí produzidos", sublinhou.
As vinhas existentes, com castas tintas de Trincadeira, Aragonez, Castelão e Tinta Francesa e brancas de Fernão Pires, Arinto, Alva e Tamarez, têm "entre 15 e 116 anos", realçou a fundação.
É nesta herdade, aliás, de acordo com a FEA, que se encontram "duas das mais velhas parcelas de vinha do Alentejo, em produção", com registos de 1901 e 1902, "alvo de uma profunda reestruturação no início da década de 60 do século XX".
A exploração comercial da marca iniciou-se em 1965 e o principal mercado de destino dos vinhos "começou por ser a restauração lisboeta de referência", o que contribuiu para o seu "rápido e significativo reconhecimento", que foi "cimentado" no início dos anos 90, quando Portalegre ganhou o "selo" de "Indicação de Proveniência Regulamentada" apta à produção de Vinhos de Qualidade Produzidos em Região Determinada (VQPRD).
"Foi graças à excelência dos vinhos Tapada do Chaves e ao seu reconhecimento que se ficou a dever a afirmação do Alentejo enquanto região produtora de vinhos de qualidade que, hoje, mais do que justificam a Denominação de Origem Controlada", argumentou a FEA.
Agora, a FEA pretende "reafirmar a autenticidade" da marca e "reforçar a presença" destes vinhos "no segmento topo de gama", produzindo-os "de forma artesanal e sem massificação".
A FEA possui também a Adega Cartuxa, com 650 hectares de vinha na região de Évora e que produz, anualmente, à volta de quatro milhões de garrafas de vinho.