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"Vocês não conhecem a vida real"

Reformado da banca presente no encontro de lançamento do movimento dos reformados indignados indigna-se contra... a organização.

Miguel Baltazar/Negócios
05 de Março de 2013 às 12:31
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Um antigo bancário do BCP interveio hoje na conferência de imprensa organizada pelo movimento dos reformados indignados, recém-criado para contestar a polémica contribuição extraordinária de solidariedade (CES), para acusar os presentes de não conhecerem a vida real.

"Estão a falar de valores que me confrangem. 20, 25 mil euros não vos chegam? Há pessoas que vivem com 400 euros" por mês, apontou o ex-bancário.

Fernando Loureiro, que diz também ser afectado pela contribuição extraordinária de solidariedade, acusou os presentes de "já terem mamado muito à conta do zé trabalhador. Vocês não conhecem a vida real. São uns tristes".

Num tom exaltado, fez várias acusações aos presentes: "vocês adulteravam os balanços no banco. Vocês criaram ‘offshores’. Vocês não prestam, julgam-se uns deuses na terra".

Dirigindo-se directamente a Filipe Pinhal, um dos representantes do movimento dos reformados indignados, disse-lhe que "eu estive no BCP, você conhece-me. O Jardim [Gonçalves] ganha 165 mil”, o antigo vice-presidente “diz-se que 70 mil. E agora estão aqui coitadinhos? Desculpe lá mas isto é uma fantochada".

Em resposta à altercação, Filipe Pinhal recusou que quem ganhe mais dinheiro perca o direito à palavra e a manifestar-se. "Temos os mesmos direitos que os demais têm", afirmou. Além disso, acrescentou, o movimento representa pessoas com um leque muito variado de rendimentos.

Afonso Diz, do Sindicato Nacional dos Quadros Bancários, que se associou ao movimento, defendeu que os fundos de pensões da banca são privados e não são pagos pelo Estado.

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