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Jorge Sampaio: "Os problemas de saúde são globais"

"A saúde pública é política e só com uma forte política pública se podem combater muitas das principais ameaças globais" disse Jorge Sampaio, na Be Well Global Health Conference.

Sérgio Lemos/Correio da Manhã
01 de Outubro de 2016 às 19:48
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"A saúde pública é política e só com uma forte política pública se podem combater muitas das principais ameaças globais" disse Jorge Sampaio, ex-presidente da República, enviado especial do secretário-geral da ONU para a Luta Contra a Tuberculose (2006-2007) na sua intervenção a primeira Be Well Global Health Conference, de que foi chairman que hoje se realizou no Meo Arena em Lisboa.

 

Este foi o mote para Larry Brilliant falar da sua experiência na erradicação da varíola e foi co-fundador da Seva Foundation, que, juntamente com o Aravind Eye Hospital devolveu a visão a mais de 3 milhões de pessoas em 20 países. Salientou que as forças que defendem o regresso às fronteiras e ao interior que hoje se fazem sentir, como o Brexit, os nacionalismos, os fundamentalismos, podem colocar em causa o modelo global de combate às epidemias e as doenças.

 

Não deixou de mostrar a sua esperança nas crescentes parcerias entre instituições de saúde pública, cujos méritos defendeu, e fundações privadas, empresas e multinacionais. Neste caso estão o CORDS (Connecting Organisations for Regional Disease Surveillance), um grupo de vigilância em rede de doenças regionais, agências da ONU e fundações, e uma unidade no seio da Organização Mundial de Saúde (OMS) chamado de Global Outbreak Alert and Response Network (GOARN) da OMS, que prevê uma resposta imediata após a detecção dos primeiros casos de certos patógenos e programas de treinamento como o programa EPI da CDC e os programas TEPHINET globais.

 

Jorge Sampaio pediu ainda aos mais de 3 mil pessoas dedicadas à área da saúde presentes no evento que apoiassem e ajudassem na formação complementar para 200 médicos da Síria para evitar que, depois do fim de uma guerra fratricida e sangrenta, não se suceda uma crise sanitária. Desde o início da guerra na Síria, foram mortos mais de 700 médicos, cerca de 50% dos profissionais de saúde fugiram do país e muitos estudantes de medicina abandonaram os estudos.

 

O projeto SOS - Focus on Syrian Medical Students & Doctors está integrado na Plataforma Global de Assistência a Estudantes Sírios, que o ex-presidente lançou em 2013 e já permitiu a cerca de 135 estudantes universitários sírios prosseguirem os seus estudos.

 

A Be Well Global Health Conference foi uma organização da MSD e do Jornal de Negócios com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e da Câmara Municipal de Lisboa.

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