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Pressão do excedente vem das "promessas eleitorais da AD", aponta Pedro Nuno Santos

O líder do Partido Socialista diz que discurso da tomada de posse de Luís Montenegro foi de "vitimização" e "mais focado na oposição". Pedro Nuno Santos promete aprovar propostas com as quais o partido concorda e recusa a ideia de que o PS tem de suportar o Governo.

Pedro Nuno Santos recusou comentar a posição de Marcelo Rebelo de Sousa à abertura do PS.
Manuel de Almeida/Lusa
Paulo Ribeiro Pinto paulopinto@negocios.pt 03 de Abril de 2024 às 17:04
Pedro Nuno Santos contestou a ideia de que o excedente orçamental deixado pelo anterior governo é uma pressão sobre o atual Executivo liderado por Luís Montenegro para responder às reivindicações de algumas carreiras da administração pública, apontando as promessas eleitorais da AD.

"Não é o excedente orçamental que coloca pressão sobre esta governação", apontou o líder do PS, acrescentando que "a teoria dos cofres cheios resultou de uma campanha eleitoral em que o PSD prometeu tudo a todos".

Pedro Nuno Santos respondeu assim a Luís Montenegro que no discurso da tomada de posse afirmou que "a teoria dos 'cofres cheios' conduz à reivindicação desmedida e descontrolada de despesas insustentáveis". Para o líder socialista, "a desculpa não é o excedente orçamental", lembrando que o PS alertou para "o irrealismo do cenário macroeconomico".

Na reação, quase 24 horas depois da tomada de posse - em que não esteve - Pedro Nuno Santos considerou que o discurso de Montenegro foi de "vitimização", de "lamentação" e de "queixume",  mais virado para a oposição do que para o país.

O secretário-geral do PS passou ao ataque a Luís Montenegro rejeitando a ideia de que tem de ser a bancada socialista a suportar o novo Governo, apontando o que considerou ser uma "chantagem". 

"O PSD e o Governo não se podem colocar numa posição que já se colocaram aquando da eleição do Presidente da Assembleia da República, fixados à espera que o PS venha resolver ou dar a maior que o povo português não deu à AD", afirmou o líder do PS, rejeitando a ideia de que o partido "está obrigado a sustentar e viabilizar um Governo que quer implementar um programa com o qual o PS discorda." E lembrou os resultados das legislativas. "Anas últimas eleições a AD teve 28,84% de votos e o PS teve 28%, uma diferença de cerca de 50 mil votos, menos dois deputados."

Pedro Nuno Santos sublinhou ainda que "se o não é não de Luís Montenegro é para levar a sério, o que eu disse na noite eleitoral também é para levar a sério: o PS será oposição responsável. Votaremos a favor o que concordamos e contra com o que não concordamos."

O desafio ao primeiro-ministro

Considerando que o dirscurso da tomada de posse de Luís Montenegro mais parecia "uma narrativa para utilizar numa eventual campanha eleitoral" e não de "um Governo de ação", Pedro Nuno Santos coloca a bola do lado da AD no que toca a medidas em que há consensos não apenas com o PS, mas com outros partidos da oposição.

O líder socialista deu o exemplo de um eventual orçamento retificativo para aumentar os salários de algumas carreiras como professores, forças de segurança, pessoal médico ou oficiais de justiça. Pedro Nuno revelou que sobre matérias de consenso "é uma conversa que procurarei ter com o primeiro-ministro".

(Notícia atualizada às 17:30 com mais declarações)
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