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Venezuela: Um morto e mais de 160 feridos em protestos contra Assembleia Constituinte

Uma pessoa morreu na quarta-feira e pelo menos outras 160 ficaram feridas em dois municípios de Caracas, após confrontos com as forças de segurança, durante protestos contra uma futura Assembleia Constituinte decidida pelo Presidente Nicolás Maduro.

Reuters
04 de Maio de 2017 às 00:31
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Os confrontos surgiram depois de as forças de segurança reprimirem milhares de opositores que pretendiam marchar esta quarta-feira, 3 de Maio, até ao parlamento venezuelano, onde a oposição detém a maioria.

 

Segundo o presidente da câmara de Chacao (leste), Ramón Muchacho, até às 15:00 horas locais (20:30 horas em Lisboa) foram atendidos, em centros de saúde locais, "97 feridos, 84 por traumatismos, nove por asfixia, dois por queimaduras e dois por tiros de borracha". "Nunca tínhamos tido tantos pacientes atendidos", disse Ramón Muchacho aos jornalistas.

 

De acordo com a presidente da Federação de Centros Universitários da Universidade Central da Venezuela, Rafaela Requesens, em Altamira, município de Chacao, um blindado da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) atacou um grupo de manifestantes e atropelou um deles, que foi atendido de urgência em Salud Chacao.

 

Por outro lado, no município Baruta (sudeste de Caracas), mais de 70 pessoas foram atendidas em centros de saúde locais, por "asfixias e traumatismos". O presidente da câmara de Baruta, Gerardo Blyde confirmou, aos jornalistas, que um jovem de 17 anos morreu depois de ser atingido por um tiro de bala de borracha na nuca, quando se manifestava na Autoestrada Francisco Fajardo.

 

Entretanto, segundo o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (CNTP), pelo menos jornalista e um fotógrafo ficaram feridos nos confrontos entre autoridades e manifestantes.

 

As manifestações contra e a favor do Presidente Nicolás Maduro intensificam-se desde há um mês na Venezuela, tendo já provocado pelo menos 29 mortos e mais de seis centenas de feridos.

 

A oposição reclama a libertação dos presos políticos, a convocação de eleições gerais, o fim da repressão e manifesta ainda contra duas sentenças do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que limitam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assume as funções do parlamento.

 

Esta quarta-feira, milhares de pessoas saíram às ruas de várias cidades, contra a convocatória a uma Assembleia Constituinte, feita na última segunda-feira por Nicolás Maduro. Segundo a aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) a Assembleia Convocatória "é uma fraude, é inconstitucional e implica o fim da democracia".

 

Na segunda-feira, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou os venezuelanos para elegerem uma Assembleia Nacional Constituinte cidadã, para, justificou, preservar a paz e a estabilidade da República, incluir um novo sistema económico, segurança, diplomacia e identidade cultural.

 

Segundo Nicolás Maduro, como parte das suas "atribuições constitucionais" está a reforma do Estado venezuelano e modificar a ordem jurídica, permitindo a convocatória redigir uma nova Constituição. 

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