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Seguro critica Costa por ter estado na TV a projectar "a sua imagem"
O antigo líder socialista criticou esta terça-feira o seu sucessor e actual primeiro-ministro por, nos três anos em que Seguro liderou o PS, Costa se ter limitado a "estar na Quadratura do Círculo, na SIC, onde foi projectando e formando a sua imagem".
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Cerca de 20 dias depois de ter reaparecido em público para apresentar um livro sobre os efeitos da reforma do Parlamento que o próprio coordenou, António José Seguro aproveitou a presença numa conferência de Ciência Política para criticar o primeiro-ministro, António Costa.
Num discurso proferido no âmbito do II Encontro Nacional de Estudantes de Ciência Política, Seguro, que há duas semanas garantia não pretender tecer comentários sobre a vida político-partidária, lançou duras críticas ao seu sucessor na liderança do PS.
De acordo com o Expresso, enquanto falava sobre as eleições primárias socialistas que serviram para escolher o candidato do partido a primeiro-ministro e que viriam a resultar na sua demissão, Seguro lembrou que liderou o PS durante três anos enquanto António Costa nada fez para além de "estar na Quadratura do Circulo, na SIC, onde foi projectando e formando a sua imagem".
O ainda militante socialista prosseguiu com mira apontada a Costa. Seguro sublinhou que sobre alguém que lidere um partido "sobretudo em oposição", como foi o seu caso, recai "uma exigência e uma responsabilidade que é completamente diferente de alguém que está sentado num estúdio de televisão para fazer comentário político uma vez por semana" e que "fala do que quer". Situação esta em que basta "agradar ou dizer a sua opinião".
A tese de António José Seguro é que "os partidos já não são os espaços privilegiados da promoção de candidaturas eleitorais", diagnóstico que o agora professor de Ciência Política considera não ser "só fruto da sociedade de informação e das sociedades que são mais abertas" mas "culpa também dos próprios partidos e de muitos políticos desses partidos", em especial devido "às promessas feitas e não cumpridas, à corrupção", fenómenos que contribuíram para consubstanciar um afastamento dos eleitores em relação aos partidos.
Os casos do actual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do ex-primeiro-ministro socialista, José Sócrates, foram também abordados por Seguro. Sobre Marcelo, Seguro notou que "esteve anos e anos e anos como comentador", e sobre Sócrates recordou que, antes de conquistar a primeira e única maioria absoluta socialista, "teve previamente uma grande exposição mediática" enquanto comentador.