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Pedro Nuno garante que "justiça está a funcionar". Ventura acusa-o de ser "frouxo"
Saída em liberdade dos três arguidos do caso de corrupção na Madeira espoletou um debate que começou na justiça, passou na saúde, habitação e fiscalidade e terminou com acusações de parte a parte e ânimos exaltados.
A saída em liberdade dos três arguidos do caso de corrupção na Madeira espoletou um debate que começou na discussão sobre a justiça, passou pela saúde, habitação e fiscalidade, e acabou com acusações de parte a parte. No frente a frente na CNN, Pedro Nuno Santos diz que André Ventura está a "mendigar aliança" com AD, que promete "tudo a todos" e que, por isso, "não é para levar a sério". Já o líder do Chega acusou o secretário-geral do PS de ser "frouxo" na luta contra a corrupção e na resposta à crise na habitação.
Por força dos recentes acontecimentos na Madeira, o debate começou por ser sobre justiça. Depois de uma mensagem de Pedro Nuno Santos, acompanhada por André Ventura, de solidariedade dirigida a Montenegro, que teve de adiar a sua agenda dos próximos dias por questões familiares, coube ao líder socialista dar o pontapé de saída na discussão.
Sobre a Madeira, absteve-se de comentar por ser "um caso em particular" (mantendo, diz, a mesma reação de "quando foi o caso da Operação Influencer"), mas reconheceu preocupação com o "fenómeno da corrupção" e também com a detenção por 21 dias dos arguidos deste caso. Ainda assim, preferiu o distanciamento e defendeu até que todo o caso mostra que temos a "justiça a funcionar".
"Eu presumo que tenha sido o tempo necessário para que o juiz de instrução sinta segurança naquilo que produziu. O Ministério Público já anunciou que vai recorrer, o que isto nos diz é que nós temos a justiça a funcionar e isso é muito importante para a nossa democracia e para o nosso Estado de direito", argumentou.
Na resposta, André Ventura aproveitou para trazer ao de cima as propostas do seu partido para a justiça. Lembrou o julgamento de José Sócrates, que viu ser confirmada grande parte da acusação do Ministério Público, e sobre a Madeira argumentou que o "circuito da corrupção não morre com nenhuma decisão" dos tribunais, tendo defendido a necessidade de aumentar penas para a corrupção e confiscar os bens de julgados por corrupção.
"O PS votou sempre contra aumentar penas para a corrupção, mas o grande desafio que tínhamos desta vez nem sequer eram as penas, era o confisco e a apreensão dos bens, para que os Ricardo Salgados desta vida não continuem nos seus palácios a gozar conosco - e aí é que era a grande reforma. Ora, o PS não diz uma palavra sobre apreensão e confisco de bens. E porquê? Porque acha que esta lei já funciona nestes termos, mas eu tenho uma novidade para lhe dar: não funciona", afirmou o presidente do Chega.
Na saúde, Pedro Nuno Santos começou por clarificar a proposta do programa do PS, que prevê a "avaliação" da introdução de um tempo mínimo de dedicação ao SNS por profissionais de saúde e também de um regime de "compensações" por parte de médicos que desejem ir trabalhar para o privado ou emigrar. O secretário-geral do PS garantiu que "não será obviamente uma imposição", mas sim uma procura por "estímulos necessários para que consigamos não só recrutar, mas reter médicos no SNS".
André Ventura diz que este caso prova que Pedro Nuno Santos "é um candidato impreparado para ser primeiro-ministro" e que "a ideia de Pedro Nuno Santos não era esta, isto é a conversa agora aqui do debate a esta hora, a ideia era amarrar mesmo os médicos ao SNS". O líder do Chega diz que o socialista é "o candidato da amnésia" porque "propõe aumentos na saúde", mas "votou contra a reforma dos enfermeiros" no Parlamento.
A discussão passou da saúde para a fiscalidade e, sempre com críticas de cá para lá entre a discussão dos programas, Pedro Nuno Santos aproveitou para apontar o dedo a Ventura - que o acusou de oferecer uma "mão cheia de nada" aos portugueses - de ser um candidato que "não dá para levar a sério". "O Chega baixa impostos, acaba com uma série deles, aumenta a despesa, tem resposta para toda a gente e é por isso que eu dizia há pouco que não é para levar a sério", afirmou.
Na habitação, André Ventura insistiu na falta de soluções do líder do PS, acusando-o de ter "feito o maior ataque de sempre àqueles que ajudaram a reabilitar as cidades. Como no alojamento local: pediram-lhes que fizessem e agora vão atrás deles para matar o negócio deles", disse. E Pedro Nuno Santos defendeu-se: "Não é para matar o negócio, é para retirar a pressão sobre a procura".
Perante as acusações, Pedro Nuno Santos interrompeu Ventura para pedir "respeito", questionando-o: "Eu não sou frouxo, mas que linguagem é essa?".
Antes mesmo de terminar o debate, o candidato socialista pediu esclarecimentos a Ventura em relação à que diz ter sido uma "garantia total" por parte das "forças vivas" do PSD de que, com ou sem Luís Montenegro na liderança do PSD, o Chega integrará uma solução de Governo no caso de uma maioria à direita.
"Era importante que André Ventura tivesse a coragem, já que é um homem frontal, que diz tudo o que pensa, de dizer quem é que lhe deu a garantia total de que estará no Governo", apontou.
E Ventura não deu qualquer resposta concreta: "Eu sei que você está preocupado com isso, não se preocupe que a direita vai mesmo vencer a eleição (...) Sabe porque é que não tenho que lhe dar nomes, nem lhe dizer nada? Primeiro porque você não é de direita, nem é interlocutor. Segundo, a minha preocupação e dos que estão em casa não é com acordos nem viabilidade. Sabe qual é? É a luta contra a corrupção, é a luta por salários mais altos".
Por força dos recentes acontecimentos na Madeira, o debate começou por ser sobre justiça. Depois de uma mensagem de Pedro Nuno Santos, acompanhada por André Ventura, de solidariedade dirigida a Montenegro, que teve de adiar a sua agenda dos próximos dias por questões familiares, coube ao líder socialista dar o pontapé de saída na discussão.
"Eu presumo que tenha sido o tempo necessário para que o juiz de instrução sinta segurança naquilo que produziu. O Ministério Público já anunciou que vai recorrer, o que isto nos diz é que nós temos a justiça a funcionar e isso é muito importante para a nossa democracia e para o nosso Estado de direito", argumentou.
Na resposta, André Ventura aproveitou para trazer ao de cima as propostas do seu partido para a justiça. Lembrou o julgamento de José Sócrates, que viu ser confirmada grande parte da acusação do Ministério Público, e sobre a Madeira argumentou que o "circuito da corrupção não morre com nenhuma decisão" dos tribunais, tendo defendido a necessidade de aumentar penas para a corrupção e confiscar os bens de julgados por corrupção.
"O PS votou sempre contra aumentar penas para a corrupção, mas o grande desafio que tínhamos desta vez nem sequer eram as penas, era o confisco e a apreensão dos bens, para que os Ricardo Salgados desta vida não continuem nos seus palácios a gozar conosco - e aí é que era a grande reforma. Ora, o PS não diz uma palavra sobre apreensão e confisco de bens. E porquê? Porque acha que esta lei já funciona nestes termos, mas eu tenho uma novidade para lhe dar: não funciona", afirmou o presidente do Chega.
Saúde, fiscalidade e habitação: três temas, zero consensos
Ao debate sobre justiça seguiram-se outras três grandes questões nacionais: a saúde, a fiscalidade e habitação. E em nenhuma delas os dois candidatos deram sinais de ter ideias em comum.Na saúde, Pedro Nuno Santos começou por clarificar a proposta do programa do PS, que prevê a "avaliação" da introdução de um tempo mínimo de dedicação ao SNS por profissionais de saúde e também de um regime de "compensações" por parte de médicos que desejem ir trabalhar para o privado ou emigrar. O secretário-geral do PS garantiu que "não será obviamente uma imposição", mas sim uma procura por "estímulos necessários para que consigamos não só recrutar, mas reter médicos no SNS".
André Ventura diz que este caso prova que Pedro Nuno Santos "é um candidato impreparado para ser primeiro-ministro" e que "a ideia de Pedro Nuno Santos não era esta, isto é a conversa agora aqui do debate a esta hora, a ideia era amarrar mesmo os médicos ao SNS". O líder do Chega diz que o socialista é "o candidato da amnésia" porque "propõe aumentos na saúde", mas "votou contra a reforma dos enfermeiros" no Parlamento.
A discussão passou da saúde para a fiscalidade e, sempre com críticas de cá para lá entre a discussão dos programas, Pedro Nuno Santos aproveitou para apontar o dedo a Ventura - que o acusou de oferecer uma "mão cheia de nada" aos portugueses - de ser um candidato que "não dá para levar a sério". "O Chega baixa impostos, acaba com uma série deles, aumenta a despesa, tem resposta para toda a gente e é por isso que eu dizia há pouco que não é para levar a sério", afirmou.
Na habitação, André Ventura insistiu na falta de soluções do líder do PS, acusando-o de ter "feito o maior ataque de sempre àqueles que ajudaram a reabilitar as cidades. Como no alojamento local: pediram-lhes que fizessem e agora vão atrás deles para matar o negócio deles", disse. E Pedro Nuno Santos defendeu-se: "Não é para matar o negócio, é para retirar a pressão sobre a procura".
Acusações desde "frouxo" até à falta de "coragem"
Com os ânimos já exaltados na discussão, o presidente do Chega acusou o candidato socialista de ser "frouxo". "Já sabíamos que ia ser frouxo na luta contra a corrupção, mas na habitação não tem nenhumas soluções para o país".Perante as acusações, Pedro Nuno Santos interrompeu Ventura para pedir "respeito", questionando-o: "Eu não sou frouxo, mas que linguagem é essa?".
Antes mesmo de terminar o debate, o candidato socialista pediu esclarecimentos a Ventura em relação à que diz ter sido uma "garantia total" por parte das "forças vivas" do PSD de que, com ou sem Luís Montenegro na liderança do PSD, o Chega integrará uma solução de Governo no caso de uma maioria à direita.
"Era importante que André Ventura tivesse a coragem, já que é um homem frontal, que diz tudo o que pensa, de dizer quem é que lhe deu a garantia total de que estará no Governo", apontou.
E Ventura não deu qualquer resposta concreta: "Eu sei que você está preocupado com isso, não se preocupe que a direita vai mesmo vencer a eleição (...) Sabe porque é que não tenho que lhe dar nomes, nem lhe dizer nada? Primeiro porque você não é de direita, nem é interlocutor. Segundo, a minha preocupação e dos que estão em casa não é com acordos nem viabilidade. Sabe qual é? É a luta contra a corrupção, é a luta por salários mais altos".