Um dia após Paulo Portas ter apresentado a carta de demissão a Pedro Passos Coelho, a Comissão Executiva dos centristas reuniu de emergência no Largo do Caldas. A reunião já deverá ter começado e aguarda-se que no final o presidente do partido faça uma comunicação ao país.

Muitos membros do CDS-PP foram apanhados de surpresa pelo pedido de demissão apresentado terça-feira pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros. O deputado Ribeiro e Castro disse esta terça-feira, após a cerimónia da tomada de posse da nova ministra das Finanças, estar “completamente surpreendido” com a decisão de Paulo Portas.

“Estou completamente surpreendido [com a demissão de Paulo Portas] porque ontem [segunda-feira à noite] estive no Conselho Nacional do partido e nada fazia antecipar que estivéssemos na iminência de uma crise desta dimensão”, disse o antigo líder do CDS/PP, visivelmente desconfortável com a decisão de Paulo Portas.

“A informação devia ter sido dada ontem”, disse o deputado centrista, acrescentado que “não vê razões para adiar um esclarecimento” por parte da direcção do partido.

Congresso em risco?

Antes da reunião da Comissão Executivo do CDS/PP, fontes deste órgão avançaram à TSF que o partido está a ponderar adiar o congresso [electivo] marcado para este fim-de-semana, 6 e 7 de Julho, na Póvoa de Varzim.

“O adiamento do XXV Congresso do CDS é um passo lógico perante a actual situação política. Fontes do partido, contactadas pela TSF, lembram que o conteúdo das três principais moções, uma de Paulo Portas, e outras duas, uma encabeçada por Pires de Lima, e outra pelos eurodeputados Nuno Melo e Diogo Feio, perderam qualquer sentido perante os acontecimentos dos últimos dois dias”, pode ler-se no site da rádio.