“Estar dois anos como ministro das Finanças num ambiente tão difícil quanto este é o máximo que alguém consegue aguentar”, considera António Nogueira Leite, gestor ligado ao PSD e que esteve na administração da Caixa Geral de Depósitos, nomeado pelo actual Governo. Para Nogueira Leite, “o ministro saiu agora porque achou que devia sair neste momento”.

Quanto à entrada de Maria Luís Albuquerque, não é de esperar que haja mudanças. “Não me parece que possa haver uma grande mudança na linha de rumo do Governo”, antecipa. “Na prática, há poucas alternativas” à consolidação, explica, acrescentado que “estamos num período de protectorado. A nossa margem de manobra é muito pequena”.

 “A única mudança que pode haver é mais pragmatismo no financiamento à economia”, nomeadamente através da criação mais célere de instrumentos de financiamento às empresas.

Maria Luís Albuquerque está ligada a contratos “swap” na Refer. Isso fragiliza-a? “Não consigo compreender como se ilibou Teixeira dos Santos nesta matéria”, critica. “Ele deixou uma bomba” e “tem muito mais responsabilidade” do que a agora ex-secretária de Estado do Tesouro. “Se [Maria Luís Albuquerque] não teve responsabilidade directa nos ‘swaps’, a responsabilidade política é toda de Teixeira dos Santos”, remata.