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Medina: Acordo entre PS e BE na Câmara de Lisboa "é de vontade e não de necessidade"

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), e o vereador do BE, Ricardo Robles, oficializaram hoje o acordo autárquico entre os dois partidos, com o socialista a descrevê-lo como "de vontade e não de necessidade".

Bruno Simão
02 de Novembro de 2017 às 15:10
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"Este é um acordo de vontade, não é um acordo de necessidade", afirmou Fernando Medina na assinatura formal do acordo, que decorreu no São Luiz Teatro Municipal.

 

Para o presidente da autarquia, o acordo é "bom para a cidade" e resulta "da vontade conjunta do Partido Socialista e do Bloco de Esquerda em construir uma melhor cidade de Lisboa".

 

"Perante os resultados das eleições teria sido possível governar a cidade de outra forma, teria sido possível testar outras soluções, mas nenhuma solução era melhor para a cidade de Lisboa do que nós procurarmos a convergência genuína com aqueles que desde a primeira hora sempre foram claros na identificação dos principais desafios da cidade e na vontade de procurar a convergência", afirmou.

 

O socialista foi eleito no dia 1 de Outubro presidente da Câmara de Lisboa, com 42,02% dos votos, mas perdeu a maioria absoluta na capital, ficando o PS com menos três vereadores do que em 2013.

 

O partido alcançou assim oito vereadores, menos um do que os necessários para a maioria absoluta. O BE conseguiu um mandato e a CDU (PCP/PEV) manteve os dois que já tinha, enquanto o CDS conquistou quatro e o PSD ficou com dois.

 

Ressalvando que na campanha eleitoral os candidatos procuram acentuar as diferenças entre si, o presidente da Câmara de Lisboa referiu que "sobre objectivos comuns e áreas centrais de política para o futuro da cidade" os dois partidos "tinham a mesma identificação".

 

Apontando que a cidade atravessa desafios "enormes e complexos", Medina advogou que será possível "enfrentar melhor estes desafios" juntando forças e não dividindo.

 

Assim, elencou que "o Partido Socialista em Lisboa procura as maiores convergências possíveis" e vincou que "este não é um acordo contra ninguém, nem para excluir ou dividir ninguém".

 

"E da mesma forma que fizemos este acordo, que é denso, profundo, estruturado sobre várias áreas da ação política da cidade, nós manteremos sempre as portas abertas ao diálogo com todas as forças políticas, sobre todas as matérias de interesse para a cidade", afirmou, acrescentando que essa procura se focará com as forças à esquerda - no caso, o PCP.

 

Por seu turno, o vereador do BE, Ricardo Robles, apontou na sua intervenção que nas últimas semanas as duas forças políticas levaram a cabo um "trabalho de aproximação e clareza, com divergências que ficaram assumidas".

 

O bloquista aproveitou para deixar um aviso ao presidente do município: "com este acordo só pode esperar do Bloco mais exigência e não menos".

 

"E conte com o melhor da nossa inteligência, da nossa força, da nossa colaboração, da nossa liberdade num mandato que viveremos por inteiro", acrescentou.

 

Em resposta, Medina elencou que este acordo "será de exigência mútua".

 

O acordo atribui ao bloquista os pelouros da Educação, Saúde, Direitos Sociais e Cidadania.

 

O executivo, que tomou posse há uma semana, reuniu-se hoje pela primeira vez em reunião extraordinária.

 

Da ordem de trabalhos constava a proposta para a "fixação do número de vereadores em regime de tempo inteiro", mas acabou por ser adiada.

 

Ainda não são conhecidos os pelouros atribuídos aos restantes vereadores. A próxima reunião deverá acontecer na segunda-feira.

 

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