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Facebook restringe atividade do Chega durante 10 anos

Partido de André Ventura fala em “perseguição inqualificável” e promete a maior ação de sempre contra a Meta.

Correio da Manhã 14 de Abril de 2024 às 17:14

A Meta decidiu restringir a conta do Chega no Facebook por um período de 10 anos. O partido de André Ventura considera a situação um "ultraje" e uma "perseguição inqualificável", e garante que vai acionar todos os meios legais ao seu alcance para travar um ato que, diz, sem precedentes.

A mensagem da rede social de Mark Zuckerberg é clara: "A tua conta está restringida durante 3649 dias. A atividade da tua conta desrespeitou os nossos Padrões de Comunidade. Portanto, não podes executar uma ou várias ações habituais".

Na prática, o Chega fica impedido de publicar imagens, vídeo ou diretos, entre outras ações, durante aquele período, 10 anos. A terceira força política da Assembleia da República promete avançar com "a maior ação de sempre em Portugal contra a Meta" e "chamar os responsáveis ao Parlamento", apurou o CM junto de fonte do partido.

A Meta não explica o motivo da decisão, mas, segundo a mesma fonte, terá a ver com a publicação de um vídeo na página do Chega sobre o caso recente da mulher que, acompanhada de sete familiares, agrediu e rapou o cabelo da mãe para raptar duas filhas menores, que se encontravam à guarda da avó por decisão judicial. O atual companheiro da vítima também foi agredido, recebendo ambos tratamentos hospitalar. O crime aconteceu em fevereiro, tendo agora os agressores sido detidos pela Polícia Judiciária.

"Subjacente à prática destes crimes está a não aceitação de um novo relacionamento amoroso e a não conformação com a decisão do Tribunal de Família de Menores em entregar provisoriamente as crianças à guarda da ofendida, avó dos menores". O "novo relacionamento" a que se refere este comunicado da PJ é uma questão central neste processo. O caso passa-se no seio de uma família cigana, à qual pertencem todos os suspeitos, com exceção do homem com quem a avó das crianças vivia agora, que não é cigano, facto que não terá sido bem aceite pelo clã, por ir contra os costumes da comunidade. Todo este episódio foi filmado e colocado nas redes sociais. "O senhor levou uma sova que nunca mais na vida vai casar com uma mulher cigana", ouve-se na gravação.

O vídeo publicado pelo Chega no Facebook e que terá estado na base da decisão da Meta de restringir a atividade do partido na rede social, replica aquelas imagens, entrecortando-as com uma intervenção de André Ventura no Parlamento, onde afirma que "em muitos dos episódios de violência em Portugal, em muito do terror que tem sido provocado às nossas populações, os portugueses sabem que um dos grandes problemas que temos é com a comunidade cigana".

O Chega alega que o vídeo das agressões foi divulgado pela comunicação social, pelo que não faz qualquer sentido esta punição do Facebook por um tempo completamente absurdo, e garante estar disposto a ir até às últimas consequências para reverter a situação.

Refira-se, que as redes sociais são um elemento fundamental na atividade e comunicação do partido com os eleitores, como ficou demonstrado nas últimas legislativas.

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