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Cavaco Silva diz que "falar de esperança não chega"

O Presidente da República advertiu hoje que "falar de esperança não chega", considerando urgente concebê-la e transmiti-la através de uma visão coerente, sustentada num propósito onde as pessoas se possam rever.

12 de Abril de 2013 às 10:49
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"Falar de esperança não chega. É urgente concebê-la e transmiti-la através de uma visão fundamentada e coerente, sustentada num propósito onde as pessoas se possam rever", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, na abertura da conferência internacional "Portugal na balança da Europa e do Mundo", promovida pela Presidência da República no âmbito dos "Roteiros do Futuro".

 

Numa curta intervenção, Cavaco Silva explicitou que a conferência centra-se na presença de Portugal e dos portugueses no mundo, olhando para a história, mas ao mesmo tempo fazendo uma reflexão prospectiva em torno das oportunidades de cooperação e desenvolvimento internacional.

 

"O que nos interessa é o futuro, muito além do imediato. O que nos interessa e preocupa é construir uma visão que nos mobilize e nos una no fundamental", referiu, lembrando palavras deixadas na primeira conferência realizada no âmbito dos Roteiros do Futuro, sobre a necessidade de nos tempos difíceis se dever ter a "ousadia de pensar o futuro" e de "ver mais longe".

 

Sublinhando que "um ano depois, estas palavras ganham novo significado", o Presidente da República insistiu que é sobretudo nas conjunturas adversas que importa "olhar em frente, perscrutar o médio e o longo prazos, identificar o que se transforma e o que permanece", porque só assim "nos preparamos para não sermos surpreendidos pelo turbilhão da mudança global".

 

A este propósito, Cavaco Silva recordou o ensaio de Almeida Garrett "Portugal na Balança da Europa", publicado em 1830, que tinha como objectivo "pôr bem presente na memória dos portugueses as causas e os efeitos dos nossos erros e desgraças, para que no futuro se emendem uns e se evitem as outras".

 

"É com o conhecimento do passado, a compreensão do presente e a reflexão prospectiva que se aprende a escolher, a traçar e a trilhar os caminhos do futuro. Só se surpreende quem não consegue antecipar o devir. Aqueles que não conseguem libertar-se dos mitos e das teias do passado, dificilmente poderão despertar a esperança e ajudar a construir um futuro melhor", declarou.

 

Cavaco Silva notou ainda que esta reflexão é tanto mais urgente, quanto é reconhecido existir uma nova geografia económica, cultural e política do mundo.

 

"É outro mundo que está a ser redesenhado", frisou, considerando que é neste contexto que importa reflectir sobre o papel de Portugal num mundo "tão mudado" e sobre o seu posicionamento estratégico nessa nova geografia.

 

O próprio Presidente da República deixou algumas 'pistas' que podem servir de ponto de partida para esta reflexão, nomeadamente questões como saber se a falta de dimensão económica e territorial pode ser compensada com relevância estratégica ou se o mar não deverá constituir-se como "uma rota do futuro".

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