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Fed ponderou anunciar data de início da redução de balanço na reunião de Julho
Alguns membros da Reserva Federal dos EUA estavam preparados para anunciar a data de início do programa de redução do balanço na reunião de 26 de Julho. Mas o anúncio foi adiado para Setembro. E há divisões sobre o ritmo da normalização dos juros.
Os membros do Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC) discutiram, na última reunião de política monetária, a opção da Reserva Federal dos EUA anunciar a data de início do programa de redução do balanço. Mas a maior parte dos responsáveis preferiu esperar por Setembro para anunciar o "timing" do fim gradual do reinvestimento dos títulos adquiridos ao abrigo dos antigos programas de activos e que vão atingindo a maturidade. Houve ainda diferenças de opinião sobre o ritmo adequado para a subida dos juros.
"Apesar de vários participantes estarem preparados para anunciar a data de início do programa na reunião actual, a maioria preferiu adiar essa decisão até à próxima reunião enquanto acumulam informação adicional sobre as perspectivas económicas e desenvolvimentos que potencialmente afectem os mercados financeiros", revelam as actas dessa reunião, divulgadas esta quarta-feira, 16 de Agosto.
A Fed já terminou os programas de compras, mas continuou a reinvestir o valor dos títulos de dívida pública e ligados ao crédito hipotecário que detém e que chegam à maturidade. O balanço do banco central é de 4,5 biliões de dólares e, segundo as linhas orientadoras reveladas ao mercado em Junho, conta começar a reduzir de forma gradual os valores a reinvestir.
Inflação preocupa. Evolução futura dos juros divide membros
E não foi só no "timing" do anúncio a indiciar divergências no seio do FOMC. Os dados da inflação e a forma mais correcta de agir para assegurar a meta de 2% definida pela Fed também foram alvo de visões contraditórias. Há quem defenda que o banco central pode esperar pacientemente por subidas adicionais de juros, enquanto outros responsáveis temem que juros baixos durante demasiado tempo possam levar a problemas.
"Alguns participantes expressaram preocupações sobre a recente descida da inflação (…) e salientaram a sua crescente incerteza sobre a perspectiva para a inflação. Observaram que o Comité pode, nas actuais circunstâncias, ser paciente a decidir quando aumentar novamente a taxa dos fundos federais", refere o documento relativo à reunião.
Em sentido contrário "alguns outros participantes estavam mais preocupados sobre os riscos decorrentes do mercado laboral já em emprego pleno". E temem que "um adiamento da remoção gradual da política acomodatícia pode resultar numa passagem acima do objectivo de inflação do Comité que provavelmente seria custosa de reverter".
Apesar de estas perspectivas contrárias, a decisão da reunião terminada a 25 de Julho de manter a taxa dos fundos federais entre 1% e 1,25% inalterada foi consensual. No mercado, apesar de se antecipar que em Setembro a Fed explique o programa de redução do balanço, a probabilidade atribuída a subidas de juro adicionais tem diminuído. É de 0% para a reunião de Setembro, de 2,8% para o encontro de Novembro e de 33,6% para a decisão de Dezembro, segundo dados da Bloomberg.
(Notícia actualizada às 19:38 com mais informação)