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Fed já só admite subir juros em 2020

A Reserva Federal dos Estados Unidos decidiu, tal como se esperava, manter os juros diretores no atual intervalo entre 2,25% e 2,5%. Este ano já não deve haver subidas, podendo um novo aumento acontecer só em 2020. O banco central fala de desaceleração da economia.

Reuters
20 de Março de 2019 às 18:03
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O banco central norte-americano manteve, sem grandes surpresas, a taxa dos fundos federais no intervalo entre 2,25% e 2,5%.

Além disso, sinalizou que não haverá subidas este ano, podendo haver um aumento em 2020. Isto muito à conta da desaceleração da economia dos EUA.

Assim que a decisão foi anunciada, as bolsas norte-americanas começaram a reduzir as perdas e o índice tecnológico Nasdaq já negoceia mesmo em terreno positivo.

No comunicado divulgado às 18:00 de Lisboa, o Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla original) diz – regressando ao discurso com que surpreendeu o mercado no final de janeiro – que será paciente na determinação de ajustamentos futuros à taxa dos fundos federais.

A Fed iniciou a normalização monetária com uma economia mais robusta, mas tem sempre reiterado que a subida dos juros deve ser a adequada para sustentar um mercado de trabalho sólido e a inflação em torno dos 2%. Ora, com o atual abrandamento económico, a postura também se tornou mais branda.

No documento, o FOMC refere "os desenvolvimentos económicos e financeiros a nível mundial e a inexistência de pressões inflacionistas".

 

No final de janeiro, a entidade liderada por Jerome Powell mudou substancialmente a linguagem do seu discurso. Não só não disse quantas vezes previa mexer nos juros este ano, como também abriu a porta a que a próxima mexida pudesse ser para cima ou para baixo.

 

Esta postura "mais paciente" defendida pela Reserva Federal (Fed) norte-americana levou a que muitos economistas e outros intervenientes colocassem a hipótese de já nem haver aumentos de juros no resto do ano, se bem que a probabilidade mais apontada seja a de uma subida.

 

Nessa altura, o banco central norte-americano não só se decidiu por um ‘status quo’ em matéria de juros como também deixou a indicação de que iria ser "paciente" na alteração da política monetária no futuro – indicação essa que tem vindo a ser reiterada.

Foi aí que a Fed mudou substancialmente o seu discurso, pois costuma sinalizar o número de mexidas na taxa diretora. Além disso, deixou cair a expressão "algumas subidas adicionais" nas taxas de juro e abriu a porta a que a próxima mexida pudesse ser para cima ou para baixo. 

Operação de redução do balanço termina no fim de Setembro

 

Num outro comunicado também divulgado esta quarta-feira, 20 de março, a Reserva Federal fala ainda sobre a trajetória de redução do seu balanço.

A Fed diz que começará a abrandar em maio a redução do seu balanço patrimonial e que no final de setembro terminará essa operação de emagrecimento. A partir daí, deverá manter a dimensão da sua carteira de ativos "praticamente constante durante algum tempo", o que permitirá equilibrar as suas reservas. A partir de outubro, os juros recebidos pelas obrigações e outros títulos que a Fed detém serão reinvestidos em obrigações soberanas num máximo de 20 mil milhões de dólares por mês.

 

Foi em Outubro de 2017 – altura em que o seu balanço estava avaliado em 4,5 biliões de dólares – que o banco central começou a reduzir o ritmo do reinvestimento de activos que foram adquiridos nos antigos programas de compras.

 

O banco central começou com uma retirada mensal do equivalente a 50 mil milhões de dólares em obrigações e títulos garantidos por hipotecas que constam no seu balanço e entretanto reduziu as amortizações mensais para 30 mil milhões de dólares – valor esse que diz agora que cortará para metade a partir de maio.


(notícia atualizada às 19:02)

 

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