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Centeno: "Temos de ser prudentes" com as taxas de juro "nos próximos meses"

O governador do Banco de Portugal sublinhou que o Banco Central Europeu vai estar dependente dos dados macroeconómicos, mesmo com a inflação da Zona Euro a aproximar-se dos 2%

Lusa
14 de Junho de 2024 às 14:00
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Mário Centeno, governador do Banco de Portugal (BdP), considera que é preciso cautela na evolução das taxas de juro da Zona Euro para um nível que não estimula nem restringe a economia. Em declarações à Bloomberg à margem de um evento na Croácia, o português indicou que novas descidas pelo Banco Central Europeu (BCE) vão depender da evolução da inflação até à meta de 2%.

"Vamos assistir a um planalto da inflação até agosto - devido a efeitos de base - e depois disso descerá para perto dos 2%", antecipa Centeno. "À medida que formos avançando, ficaremos a saber mais sobre a sensibilidade da economia e da inflação aos nossos cortes nas taxas. Por isso, devemos continuar a depender dos dados. Temos de ser prudentes nos próximos meses", apelou Mário Centeno.

No início do mês, o grupo de decisores no qual Centeno representa Portugal decidiu descer as três taxas de juro de refência pela primeira vez desde setembro de 2019. A taxa de depósitos recua para 3,75%, a aplicável às operações principais de refinanciamento passa a 4,25% e a de cedência de liquidez cai para 4,5%. Contudo, o BCE não deu certezas sobre se voltará a fazê-lo.

O governador do BdP não quis comentar os passos que o banco central deverá dar no futuro, dizendo ainda assim que "a taxa de juro natural na Europa está certamente abaixo dos atuais níveis de taxas de juro pelo que o caminho em frente, com base no que sabemos hoje, é claro". Sublinhou também que o BCE vai continuar "dependente" de dados macroeconómicos que vão sendo conhecidos, tendo que estar atento a como é que a inflação reage à flexibilização da política monetária.

A taxa de inflação na Zona Euro em maio ascendeu a 2,6% em termos homólogos, acima das estimativas de 2,5%, enquanto os salários reais também aumentaram. Em relação à evolução das remunerações dos trabalhadores, Mário Centeno crê que "alguma recuperação" é "inevitável", explicando que este indicador não mostrou qualquer rigidez durante o período inflacionista.
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