Notícia
Centeno admite que efeito da política monetária na economia tem limites
O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, reconhece que os efeitos desejados da política monetária na economia podem ser ultrapassados por outros fatores, como a reentrada da China no comércio global ou o fim da guerra na Ucrânia.
O Banco Central Europeu pode colocar as taxas de refinanciamento em níveis que fazem pouco para estimular, ou restringir a economia, antes do impacto da política monetária mais restritivo ser sentido na atividade económica, argumentou Mário Centeno, governador do Banco de Portugal.
Numa entrevista à Bloomberg, o governador do Banco de Portugal afirmou que um mercado laboral robusto e as poupanças dos últimos dois anos de pandemia estão a atrasar o efeito do aumento dos juros na economia.
"Há alguns fatores que estão a mitigar o impacto dos 300 pontos base na economia e alguns [efeitos] podem nunca vir a ser totalmente sentidos - caso a China retorne ao comércio mundial e a guerra termine, ambos contribuiriam para a redução da inflação", explicou o também ex-presidente do Eurogrupo.
Com os preços a desacelerarem em janeiro pelo terceiro mês consecutivo é esperado que a inflação atinja os 2% desejados pelo BCE a meio de 2024. "Estamos numa trajetória de reduzir a inflação de forma sustentável e não vemos um desenraizamento das expectativas da inflação no final da linha", acrescentou Centeno.
"Por isso, é importante transmitir uma mensagem de que, apesar de ser esperado que as taxas de juro permaneçam [elevadas] durante algum tempo, a dado ponto vão atingir um valor neutro", completou.
Os decisores do BCE optaram por uma subida de 50 pontos base colocando a taxa de depósitos em 2,5% e prometeram um passo idêntico em março, o que tem gerado alguma preocupação relativamente ao impacto económico, uma vez que a subida dos juros demora alguns meses a ser sentida na economia.
Ainda assim, o governador do Banco de Portugal não vê problemas de transmissão e explica que "o que é preciso compreender é que provavelmente o processo de aperto dos juros diretores vai demorar a ter impacto em algumas variáveis, como no mercado laboral, no consumo ou na oferta".
Mas, uma vez que estas variáveis deixem de ser entraves a um maior impacto dos juros na economia, o que é "certamente uma possibilidade", os efeitos de uma política monetária mais agressiva vão ser sentidos e é nessa altura que é necessária maior "vigilância", completou Centeno.
Numa entrevista à Bloomberg, o governador do Banco de Portugal afirmou que um mercado laboral robusto e as poupanças dos últimos dois anos de pandemia estão a atrasar o efeito do aumento dos juros na economia.
Com os preços a desacelerarem em janeiro pelo terceiro mês consecutivo é esperado que a inflação atinja os 2% desejados pelo BCE a meio de 2024. "Estamos numa trajetória de reduzir a inflação de forma sustentável e não vemos um desenraizamento das expectativas da inflação no final da linha", acrescentou Centeno.
"Por isso, é importante transmitir uma mensagem de que, apesar de ser esperado que as taxas de juro permaneçam [elevadas] durante algum tempo, a dado ponto vão atingir um valor neutro", completou.
Os decisores do BCE optaram por uma subida de 50 pontos base colocando a taxa de depósitos em 2,5% e prometeram um passo idêntico em março, o que tem gerado alguma preocupação relativamente ao impacto económico, uma vez que a subida dos juros demora alguns meses a ser sentida na economia.
Ainda assim, o governador do Banco de Portugal não vê problemas de transmissão e explica que "o que é preciso compreender é que provavelmente o processo de aperto dos juros diretores vai demorar a ter impacto em algumas variáveis, como no mercado laboral, no consumo ou na oferta".
Mas, uma vez que estas variáveis deixem de ser entraves a um maior impacto dos juros na economia, o que é "certamente uma possibilidade", os efeitos de uma política monetária mais agressiva vão ser sentidos e é nessa altura que é necessária maior "vigilância", completou Centeno.