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Turquia a votos no maior desafio de Erdogan em 20 anos

Sondagens dão uma ligeira vantagem ao principal adversário de Erdogan, Kemal Kilicdaroglu, que lidera uma aliança de seis partidos da oposição, segundo a Reuters.

Muriad Sezer / Reuters
14 de Maio de 2023 às 10:06
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Os eleitores na Turquia vão este domingo às urnas votando numas eleições presidenciais e parlamentares históricas. Este ato eleitoral deverá ser fortemente disputado e é visto como o maior desafio que o presidente Tayyip Erdogan enfrenta em duas décadas de poder.

A votação começou às 8h00 (6h00 em Portugal Continental) e será encerrada às 17h (15h00). Os meios de comunicação estão proibidos de dar conta de resultados parciais até às 21h00 locais, ou seja, 19h00 em Portugal, e não existem sondagens à boca da urna.

Ao todo, mais de 64 milhões de pessoas, incluindo 3,4 milhões de eleitores estrangeiros, podem votar nestas eleições, que acontecem num ano em que a Turquia assinala o centenário do estabelecimento da República. A participação eleitoral na Turquia é tradicionalmente forte, mostrando a crença nesse tipo de participação cívica num país onde a liberdade de expressão e reunião foram suprimidas.

Pela primeira vez em 20 anos de mandato, as sondagens indicam que o populista Erdogan, de 69 anos, está atrás do oponente na corrida eleitoral. Kemal Kilicdaroglu, de 74 anos e líder do Partido Republicano do Povo (CHP), de centro-esquerda e pró-secular, é o candidato conjunto de uma aliança que junta vários partidos da oposição, estando em ligeira vantagem.

Se nenhum dos candidatos obtiver mais de 50% dos votos, a corrida presidencial será decidida numa segunda volta marcada para o dia 28 de maio.

Estas eleições decorrem num momento em que o país é assolado por uma elevada turbulência económica que os críticos atribuem à má gestão do governo, associada a um elevado custo de vida.

A Turquia também está ainda a sofrer com os efeitos dos terramotos que causaram devastação em 11 províncias do sul, em fevereiro, matando mais de 50.000 pessoas em edifícios cuja qualidade de construção e segurança foram postas em causa. O governo de Erdogan foi criticado pela resposta ao sismo, bem como pela implementação negligente das regras de construção.

Internacionalmente, as eleições são vistas como um teste à capacidade da oposição unida na Turquia afastar um líder que concentrou quase todos os poderes do Estado nas suas mãos.

Do resultado desta votação sairá um Estado cada vez mais autoritário com Erdogan a ganhar um novo mandato de cinco anos ou a escolha de um novo Presidente que pretende colocar o país como membro da Nato e que defende um Estado mais democrático
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