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Trump quer países da NATO a aumentar despesas militares para 4% do PIB

Secretário-geral desvaloriza discordâncias e destaca consensos. Meta actual fixa-se nos 2%.

11 de Julho de 2018 às 18:18
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Donald Trump pediu esta quarta-feira aos líderes da NATO um aumento para 4% do PIB nas despesas militares. Um valor que é o dobro da meta atual , informou a Casa Branca.

De acordo com os meios de comunicação internacional, Trump não apresentou uma proposta formal. Os seus comentários foram mencionados enquanto pedia que os líderes aumentassem os gastos com defesa.

No twitter, Donald Trump comentou a reunião da NATO, voltando a criticar a Alemanha e a exigir que os membros da Aliança aumentem imedeatamente as contribuições para 2%.

Trump "sugeriu que não só os países aumentem as contribuições para 2% do PIB, mas que aumentem para 4%", afirmou a porta-voz Sarah Sanders. "Trump quer ver os nossos aliados a partilharem uma maior fatia da despesa e que no mínimo cumpram com as suas obrigações". Sarah Sanders recordou que Donald Trump já tinha feito a mesma proposta na cimeira da NATO do ano passado.

Os chefes de Estado e de Governo da Aliança Atlântica comprometeram-se na cimeira do País de Gales de 2014 a canalizar 2% do seu PIB para despesas em Defesa no prazo de uma década, um compromisso que se converteu na principal exigência do Presidente norte-americano aos restantes membros da NATO.

O primeiro-ministro António Costa apresentou hoje "um quadro anualizado" que especifica que Portugal vai consagrar 1,66% do Produto Interno Bruto (PIB) a despesas em Defesa até 2024, ficando aquém do objectivo de 2% acordado entre os países membros da NATO.

De acordo com os dados publicados na terça-feira - para 2017 e 2018 trata-se ainda de estimativas -, Portugal destinou no ano passado 2.398 milhões de euros a despesas em Defesa, o que equivale a 1,24% do seu PIB, devendo este ano aumentar para 2.728 milhões de euros, o equivalente a 1,36% da riqueza nacional.


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O primeiro-ministro apresentou “um quadro anualizado” que especifica que Portugal vai consagrar 1,66% do Produto Interno Bruto (PIB) a despesas em Defesa até 2024, ficando aquém do objetivo de 2% acordado entre os países membros da NATO.

O secretário-geral da NATO voltou esta quarta-feira a desvalorizar os desentendimentos entre os Aliados, preferindo destacar o consenso sobre a necessidade de aumentar o investimento em Defesa.

"Acabámos uma reunião substancial da NATO. Tivemos discussões, temos desacordos, mas, mais importante, tomámos decisões que vão tornar-nos mais fortes. Na história da NATO, tivemos muitos desentendimentos que conseguimos superar, porque, no final do dia, concordamos que a Europa e a América do Norte são mais fortes juntas", começou por dizer Jens Stoltenberg.

Na conferência de imprensa que se seguiu à conclusão da reunião do Conselho do Atlântico Norte dos chefes de Estado e de Governo da NATO, o secretário-geral da organização revelou que os Aliados concordaram que é preciso dedicar mais dinheiro à Defesa, e aumentar as contribuições para missões da Aliança no terreno.

"As boas noticiais é que estamos a fazer progressos. Todos os aliados estão a aumentar o investimento em defesa. No último ano, registou-se o maior investimento em Defesa desde o fim da 'Guerra Fria'", acentuou, desvalorizando as declarações do Presidente norte-americano.

Donald Trump tem acusado os outros Aliados de "não pagarem aquilo que deveriam" e de "deverem uma tremenda quantia de dinheiro aos Estados Unidos", por não consagrarem 2% do Produto Interno Bruto (PIB) a despesas em Defesa, um compromisso assumido na cimeira do País de Gales em 2014 para um prazo de dez anos.

"Quando foi alcançado o acordo em 2014, apenas três aliados gastavam 2% em Defesa", recordou.

Indicando que os Aliados aprovaram a adaptação da estrutura de comandos da NATO, a estratégia da luta contra o terrorismo e as ameaças cibernéticas, assim como a iniciativa de prontidão, que visa reduzir de 180 para 30 dias o tempo de resposta das forças norte-americanas consideradas indispensáveis em caso de guerra, o político norueguês informou ainda que a Rússia foi um dos outros temas abordados.

"Todos os Aliados defendem claramente que não reconhecemos e não iremos reconhecer a anexação ilegal da Crimeia. Essa é a posição comum. A anexação ilegal da Crimeia é uma das principais razões pelas quais aumentámos a nossa presença nos Balcãs e os nossos gastos em Defesa", frisou.

António Costa representa Portugal na cimeira de chefes de Estado e de Governo da NATO que decorre entre esta quarta-feira e quinta-feira em Bruxelas, tendo viajado acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Defesa, José Alberto Azeredo Lopes.


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