Notícia
Lula acusado de envolvimento directo no “mensalão"
Antigo presidente teria não só conhecimento do "mensalão", como dera aval para a obtenção de empréstimos que eram utilizados para a compra de voto dos parlamentares, além de ter feito uso "pessoal" de parte desse dinheiro.
O ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, através da sua assessoria, que não comentará as novas denúncias relacionadas com o "mensalão" divulgadas hoje na imprensa brasileira.
As novas denúncias indicam que Lula da Silva não só tinha conhecimento do "mensalão", no período em que foi Presidente da República, como deu aval para a obtenção de empréstimos que eram utilizados para a compra de voto dos parlamentares, além de ter feito uso "pessoal" de parte desse dinheiro.
As informações foram dadas pelo ex-publicitário Marcos Valério - um dos condenados no julgamento do "mensalão" - num novo depoimento ao Ministério Público, prestado em 24 de Setembro, já após sua condenação, e tornado hoje público pelo jornal 'Estado de São Paulo".
A nova denúncia aponta ainda que o ex-Presidente negociou directamente com o então presidente da Portugal Telecom Miguel Horta e Costa, o pagamento de 7 milhões de reais (2,6 milhões de euros) da companhia portuguesa para o Partido dos Trabalhadores (PT), do Brasil.
Marcos Valério foi condenado a mais de 40 anos de prisão como o "executor" do esquema. O publicitário era o responsável por realizar, na prática, os pagamentos ilícitos feitos aos parlamentares da base aliada do Governo, em troca de apoio político.
Após ser condenado, o empresário procurou espontaneamente a Procuradoria-Geral da República e solicitou protecção judicial e redução da pena (benefício oferecido no sistema de delação premiada) em troca de revelar novos fatos.
De acordo com o que o “Folha de São Paulo”, Valério teria dito, no seu depoimento à Procuradoria-Geral, que o director do Instituto Lula e amigo do ex-presidente, Paulo Okamotto, teria o ameaçado de morte, caso ele "contasse o que sabia". Segundo o empresário, Okamotto o teria procurado por ordem de Lula.
"Tem gente no PT que acha que a gente devia matar você", teria dito Okamotto. Procurada pelo jornal, a assessoria do director informou que ele responderá às acusações "quando souber o teor do documento".