Notícia
Israel adia cessar-fogo em Gaza e acusa Hamas de criar "crise de última hora"
Governo israelita acusa o Hamas de rejeitar partes do acordo alcançado com Israel e recusa-se a ratificar o acordo. Hamas desmente e reitera a intenção de cumprir o acordo. Forças israelitas continuam a atacar a Faixa de Gaza.
O Governo israelita adiou esta quinta-feira a aprovação de o cessar-fogo na Faixa de Gaza, alegando que o Hamas recuou em alguns pontos do acordo e criou "uma crise de última hora". Já o Hamas desmente Israel e garante que está comprometido com o acordo anunciado pelos mediadores. O impasse está a bloquear as negociações, numa altura em Israel continua a lançar bombas sobre Gaza.
"O Hamas está a rejeitar partes do acordo alcançado com os mediadores e Israel, para forçar cedências de última hora", acusou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, num comunicado divulgado esta manhã. O primeiro-ministro israelita diz ainda que o Governo que lidera não se reúne para ratificar o acordo de cessar-fogo "até que os mediadores notifiquem Israel de que o Hamas aceitou todos os pontos do acordo".
Israel e o Hamas chegaram a um acordo esta quarta-feira para um cessar-fogo, após 15 meses de guerra. O acordo, anunciado pelo Qatar e confirmado pelos Estados Unidos, prevê uma trégua de 42 dias a partir de domingo, bem como a libertação de 33 reféns israelitas em troca de mil prisioneiros palestinianos e um aumento da ajuda humanitária na região. Porém, os "detalhes finais" do acordo ainda estão a ser negociados.
O Governo israelita deveria reunir-se esta quinta-feira para ratificar o acordo. Benjamin Netanyahu tinha alertado, após o anúncio de cessar-fogo, que havia ainda vários pontos do acordo que não estavam fechados, mas que contava resolver essas questões ainda na manhã desta quinta-feira, antes da reunião do Conselho de Ministros.
Em resposta às acusações de Benjamin Netanyahu, o Hamas fez saber que mantém a intenção de cumprir o acordo lançado. "Estamos comprometidos com o cessar-fogo e com o que foi acordado e anunciado pelos mediadores", afirmou Izzat el-Reshiq, alto responsável do Hamas, citado por agências internacionais.