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Costa "emocionado" em Goa e satisfeito pelo "elevado nível político" da sua visita

O primeiro-ministro afirmou-se hoje emocionado ao regressar a Goa após 22 anos e considerou que a Índia atribuiu um elevado nível político à sua visita, valorizando ser o primeiro chefe de Governo europeu de origem indiana.

O país deve muito e ficará 'eternamente grato' à acção política do antigo Presidente da República Mário Soares, que classificou como o rosto e a voz da liberdade portuguesa. 'Perdemos hoje aquele que foi tantas vezes o rosto e a voz da nossa liberdade. Mário Soares foi um homem que durante toda a sua vida se bateu pela liberdade, fê-lo contra a ditadura, sofrendo a prisão, a deportação e o exílio', declarou António Costa, que se encontra na Índia em visita oficial. O primeiro-ministro referiu depois que o fundador do PS continuou a bater-se pela liberdade e pela democracia após o 25 de Abril de 1974, razão pela qual a ele se deve 'ter-se salvo a revolução'. 'Também soube pôr fim ao colonialismo e abrir a opção europeia de Portugal. A perda de Mário Soares é a perda de alguém que teria sido insubstituível na nossa História recente. Devemos-lhe muito e ficaremos para sempre eternamente gratos', declarou o primeiro-ministro.
Bloomberg
11 de Janeiro de 2017 às 09:20
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"Há limites para a desumanização dos primeiros-ministros", declarou António Costa, a rir-se, quando interrogado pelos jornalistas se estava emocionado por voltar à terra do seu pai, Orlando Costa.

 

Perante os jornalistas, o líder do executivo defendeu a ideia de que a Índia valorizou muito o facto de haver pela primeira vez na União Europeia um primeiro-ministro de origem indiana.

 

"Foi por isso, certamente, que o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, tomou a iniciativa de me fazer o convite para esta visita logo após ter sido empossado", disse o líder do executivo português, tendo ao seu lado o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes.

 

António Costa considerou mesmo que o governo indiano atribuiu à sua visita de Estado, que termina na quinta-feira, "um elevado nível político".

 

"Fizeram que com que esta visita coincidisse com o grande congresso da diáspora indiana em Bangalore. Por outro lado, a forma como Portugal participou na terça-feira no grande fórum económico da Índia com o mundo, que é o "Gujarat Vibrante", constituiu outro sinal evidente", justificou.

 

Já no que respeita à última etapa da sua visita, em Goa, o primeiro-ministro português atribui-lhe "um carácter simbólico", apontando, também que esta é a primeira vez que um chefe de Governo visita Goa.

 

"Os goeses conseguiram uma síntese notável entre aquilo que era a herança indiana, aquilo que os portugueses trouxeram e, ainda, aquilo que conseguiram reinventar. Enfim, aprendi com o meu pai [Orlando Costa] muitas coisas, desde aquilo que são os bidis - uns cigarros únicos em Goa, que ele fumava e que têm um cheiro especial -, assim como a cozinha indiana", disse.

 

Depois de ter feito uma rápida visita ao Palácio do Governador do Estado de Goa, passando pela capela, pelos diversos pátios junto ao mar e pelas amplas salas destinadas a recepções oficiais, António Costa falou descontraidamente, debaixo de um sol intenso, também sobre as palavras que fixou do concani, o dialecto goês.

 

No que respeita a palavras em concani, António Costa disse que só aprendeu duas: Babush [menino], que era a forma como o seu pai o tratava, e babuló [bebé], que era aplicada ao seu irmão, o jornalista Ricardo Costa,

 

"A verdade é que na minha família ainda me tratam por babush. Já o meu irmão ficou menos babuló do que eu babush", declarou novamente a rir-se.

 

Ainda sobre os dois dias que passará em Goa, o primeiro-ministro salientou que, para si, será "sempre bom reencontrar familiares".

 

"É sempre bom voltar ao sítio em que o meu pai cresceu e reencontrar pessoas que conheci com ele. É sempre bom voltar a ver espaços que aprendi a conhecer e a perceber pela primeira vez com ele, o meu pai", acrescentou.

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