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Processo de Pedrógão Grande já tem sete arguidos

Além do comandante dos bombeiros de Pedrógão e do segundo comandante distrital de Leiria, quatro dos arguidos estão ligados à gestão de combustível e outro à operação de combate.

Negócios 02 de Maio de 2018 às 17:40
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O processo de Pedrógão Grande já tem sete arguidos. Além do comandante dos bombeiros de Pedrógão e do segundo comandante distrital de Leiria, quatro dos arguidos estão ligados à gestão de combustível e outro à operação de combate.

"O inquérito relativo aos incêndios de Pedrógão Grande tem sete arguidos. Dois haviam sido constituídos em Dezembro último [de 2017]. Os restantes cinco, quatro deles ligados à área de gestão de combustíveis e um às operações de comando de combate ao incêndio, foram constituídos e interrogados como arguidos nos últimos dias de Abril", refere um comunicado disponibilizado no sítio na Internet da Procuradoria-geral Distrital de Coimbra (PGDC), citado pela Lusa.

Mário Cerol, segundo comandante distrital de Leiria, e Augusto Arnaut, comandante dos bombeiros de Pedrógão Grande, eram os únicos arguidos do processo judicial - desde Dezembro do ano passado. 

"Em causa estão factos susceptíveis de integrarem os crimes de homicídio por negligência e ofensas corporais por negligência", refere a nota.

De acordo com um comunicado da Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra, o MP recebeu da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), em Novembro do ano passado, o relatório de uma auditoria realizada por aquela entidade na sequência dos incêndios de Pedrógão, em Junho passado. "Este documento foi junto aos autos, sendo considerado no âmbito das investigações em curso", afirmou o Ministério Público.

O relatório de uma auditoria interna da ANPC aos trabalhos do combate ao fogo de Pedrógão Grande, em 2017, indica que houve documentos apagados ou destruídos, noticia esta quarta-feira o Público.

Segundo o jornal, que teve acesso ao relatório da auditoria feita pela Direcção Nacional de Auditoria e Fiscalização da ANPC, a organização inicial do combate ao incêndio teve falhas graves, sendo que os auditores se depararam com a inexistência de provas documentais sobre o trabalho de combate ao fogo.

Segundo os auditores que fizeram o relatório sobre o desempenho dos seus agentes no combate ao fogo de Junho de 2017, toda a investigação se deparou com "limitações na obtenção de elementos de prova", informação que "pode tornar-se vital" para a avaliação posterior, nomeadamente ao nível da responsabilidade disciplinar e criminal.

Em causa, refere o Público, estão todos os documentos que são produzidos no posto de comando de um incêndio, desde os planos de situação aos planos estratégicos de ataque, e todas as informações das três células de qualquer posto de comando (logística, planeamento e operações).

O Governo fez entretanto saber que o relatório da auditoria interna da Protecção Civil sobre o fogo de Pedrógão Grande foi enviado em Novembro para o Ministério Público e que não escondeu o documento.

"É falsa a informação de que o Governo tenha ‘escondido’ o relatório desde Novembro", afirma o Governo, em comunicado, referindo estar a esclarecer a notícia do Público.

Em Junho de 2017, os incêndios que deflagraram na zona de Pedrógão Grande provocaram 66 mortos: a contabilização oficial assinalou 64 vítimas mortais, mas houve ainda registo de uma mulher que morreu atropelada ao fugir das chamas e uma outra que estava internada desde então, em Coimbra, e que acabou também por morrer. Houve ainda mais de 250 feridos.

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