Já a partir de Setembro, com a entrada em vigor do novo mapa judiciário, o "super-juiz" Carlos Alexandre, que autorizou recentemente a detenção para interrogatório do ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, deixará de ser o único juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal. O reforço já foi escolhido: Edgar Taborda Lopes. Mas o Conselho Superior de Magistratura (CSM) adianta que este juiz, de 49 anos, terá ainda de terminar a comissão de serviço na escola dos magistrados e, por isso, será substituído de início pelo juiz auxiliar João Filipe Bártolo.

Carlos Alexandre deixará assim de ter em exclusividade os mega-processos de criminalidade económica e financeira. Da lista de processos que já lhe passaram pelas mãos constam o do Freeport, o Face Oculta, o dos Submarinos, o caso Portucale, o Apito Dourado e, agora, o Monte Branco.

De acordo com um relatório enviado ao Diário Económico pelo Ministério da Justiça, o juiz Carlos Alexandre recebeu em 2010 15 processos e resolveu 15, alguns vindos do ano anterior. Em 2011 recebeu 25 processos e fechou 20, em 2012 recebeu 29 e resolveu 27. No ano passado o número de processos entrados no Tribunal Central de Instrução Criminal ascendeu aos 34 e o juiz resolveu 26. O aumento dos casos entrados neste tribunal é uma das justificações usadas pela ministra da Justiça para reforçar o quadro de pessoal.