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Cândida Almeida: No BPN "mexe-se na terra e sai minhoca por todo o sítio"

Cândida Almeida, afastada do DCIAP ao fim de 12 anos, admite a dificuldade do processo BPN. E assume que no caso Freeport não havia nada para investigar. E garante, em entrevista ao "Diário Económico" que não teve o apoio do ex-procurador geral de República, Pinto Monteiro, em determinadas alturas, como no caso Freeport.

Sérgio Lemos
Negócios 08 de Agosto de 2013 às 10:14
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Cândida Almeida saiu do DCIAP (Departamento Central de Investigação e Acção Penal) ao fim de 12 anos. Saiu porque foi afastada e, hoje, diz ter ficado surpreendida com essa decisão. "Mas não mais do que isso".

 

Em entrevista ao "Diário Económico", Cândida Almeida diz ter sido "perseguida" (diz mesmo entre aspas) nos 12 anos que esteve à frente do DCIAP que considera um "filho". Diz ter sido "pressionada pelos grandes interesses opacos e sem rosto", não nomeando.

 

Fala, ainda, da falta de apoio - mas não de pressões ("nem ele queria saber conteúdos de processos") - que sentiu por parte do ex-Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, nomeadamente durante o caso Freeport.

 

Sobre este caso, Cândida Almeida garante que tinha traçado uma linha de "absoluta autonomia e independência de investigar tudo e daí tirar as consequências, sejam elas quais forem. Não ouvir as pessoas porque os outros querem, nem fazer acusações porque os outros querem". Mas garante que "aquilo que lá estava, por mais que se fizesse, não permitia outra solução que não o arquivamento". "Uma coisa era o que se dizia, outra era o que lá estava". 

 

Cândida Almeida diz mesmo que o processo Freeport foi o momento que mais a marcou depois do das FP-25. "A perícia estava numa carrinha com 500 volumes". Nesse caso, as perguntas ao ex-primeiro-ministro José Sócrates não foram feitas porque, no entender da magistrada, "no fundo aquilo era para ele se justificar. Mas nós não estamos para isso, não somos colaboradores".

 

Já o caso BPN é assunto distinto e Cândida Almeida garante que "aquilo mexe-se na terra e sai minhoca por todo o sítio" e, por isso, "só com o reforço de meios e apoio institucional é que se pode fazer alguma coisa, porque mexe-se numa coisa e sai". Os processos de investigação no caso BPN continuam. "São processos em investigação, claro. Realmente, um mundo daqueles que foi construído também com todo o à vontade, mas o à vontade científico e cirúrgico", por isso, "para desfazer isto tudo, demora". O que a leva a considerar injustas as críticas por causa da morosidade dos processos. 

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