O arrendamento de estudantes vai ser um dos alvos do "plano ambicioso de combate ao arrendamento clandestino" a lançar este ano, revelou fonte oficial da equipa de Maria Luís Albuquerque ao Jornal de Notícias. A posição do Ministério das Finanças surge em reacção às denúncias de várias associações académicas que se queixam que a grande maioria dos senhorios dos estudantes universitários não passa recibos e que estão a preparar um programa de certificação de habitações em que este problema não se coloque.

"80% dos senhorios que arrendam casas, quartos ou apartamentos a estudantes em Aveiro não passam recibos, alimentando a economia paralela", denunciou o presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro, André Reis, ao Jornal de Notícias.

Em Coimbra, uma das cidades com maior número de estudantes, o número não é muito diferente. "Cerca de 70% dos senhorios" terão a mesma prática, de acordo com a convicção expressa pelo presidente da Associação Académica de Coimbra, Bruno Matias.

Na Universidade do Minho, o representante dos estudantes, Carlos Videira, estima que "cerca de metade" dos senhorios não passe recibo. Já no Porto, Daniel Freitas, líder da Federação Académica, admite conhecer relatos de situações idênticas, mas recusa-se a adiantar estimativas.