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Novo líder da UGT insiste em atualizações de 1,3% nos salários da Função Pública
Mário Mourão, que será confirmado este fim-de-semana como o novo secretário-geral da UGT, insiste em aumentos intercalares na Função Pública em linha com a inflação efetivamente registada no ano passado.
O novo líder da UGT, Mário Mourão, que será confirmado no congresso deste fim-de-semana, insiste em aumentos intercalares no Estado que se aproximem pelo menos da inflação efetivamente registada no ano passado.
Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, Mário Mourão lembra que a inflação ficou no ano passado mais próxima de 1,3% do que dos 0,9% que serviram de base às atualizações salariais.
"A inflação andou em 2021 em 1,3%, devia ser muito próximo de 1,3%. O Estado tem de dar o exemplo para poder depois exigir [o mesmo] às empresas", sustenta.
Questionado sobre o facto de estar a insistir numa proposta que o Governo voltou a recusar, pela última vez, esta semana, o secretário-geral da UGT responde que negociação ainda está no início.
Nos últimos anos o governo assumiu o compromisso de atualizar os salários da Função Pública à inflação registada no ano anterior, que em dezembro estava em 1,27%. As atualizações de 0,9% foram justificadas com base na inflação a 30 de novembro (1%), à qual o governo descontou a quebra de preços do ano anterior (-0,1%).
Esta semana, a ministra com a tutela da administração pública, Mariana Vieira da Silva, mostrou-se indisponível para alterar o valor decidido em outubro, e anunciou aos sindicatos que só os voltará a chamar para discutir outras questões depois de aprovado o orçamento do Estado.
Para este ano, o Executivo prevê uma inflação de 3,7%, com outras instituições a admitirem que ultrapasse os 5% num cenário mais adverso (caso do Conselho das Finanças Públicas).
O Governo tinha assumido o compromisso de promover atualizações regulares dos salários da Função Pública. Contudo, já não garante que o aumento de preços seja refletido nas atualizações do próximo ano, uma vez que também terá em conta outros critérios, incluindo a situação financeira ou a "natureza" da inflação.
Embora sublinhe que a UGT vai continuar a ser uma central de diálogo, Mário Mourão também diz que os sindicatos estão preparados para "ir para a rua".