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Grupo CUF anuncia que vai manter partos pela ADSE a partir de janeiro

Na sequência da publicação das novas tabelas da ADSE, que aumentam o valor a pagar pelos partos (incluindo cesarianas) aos hospitais privados, o grupo CUF anunciou que vai afinal continuar a realizá-los a partir de janeiro.

O primeiro défice da ADSE chegou a ser projetado para 2020, mas as contas do ano passado traçam um retrato muito diferente.
Bruno Colaço
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No dia em que foi conhecido o efeito das novas tabelas da ADSE, que aumentam o valor a pagar pelo subsistema e pelos beneficiários por partos (incluindo cesarianas), numa subida que chega aos 35%, o grupo CUF anunciou que vai continuar a realizar partos pelo regime convencionado a partir de janeiro.

"No seguimento da revisão realizada pela ADSE do valor de comparticipação dos partos, a CUF mantém o Regime Convencionado para a realização de partos nas respetivas maternidades, designadamente no Hospital CUF Descobertas e no Hospital CUF Porto", lê-se numa nota divulgada no site.

"Desta forma, as beneficiárias da ADSE, que assim o pretendam, poderão continuar a realizar os partos nas maternidades CUF, mesmo após o término de 2021", acrescenta a nota.

No início de setembro, depois da publicação das novas tabelas de preços que aumentavam, por exemplo, o preço das consultas, o grupo CUF anunciou que iria deixar de realizar partos através do regime convencionado a partir de 1 de janeiro de 2022, segundo noticiaram na altura vários órgãos de comunicação social.

A presidente da ADSE explicou depois, em entrevista ao Dinheiro Vivo, que o desacordo deste e de outros grupos privados se prendeu com o facto de a ADSE ter negociado preços mais altos com o Hospital Particular do Algarve, o que levou os outros grupos a exigir um tratamento semelhante.

Tal como o Negócios explica na edição desta quarta-feira, verifica-se nas novas tabelas que o preço que um beneficiário paga por uma cesariana num prestador privado de saúde sobe de 239 euros para 286,2 euros, num aumento de 20%.

 

O valor pago pela ADSE também sobe 20%, para 2.575,8 euros, o que significa que os prestadores privados da generalidade do país (com exceção para o caso específico do Algarve) vão passar a receber mais 472 euros por cada cesariana.

 

Por outro lado, o valor a pagar pelo utente sobe 35%, para 187,2 euros, nos partos normais e 23% para 207,2 euros no caso dos partos que precisam de outro tipo de intervenção (distócicos). O valor pago pela ADSE sobe na mesma proporção, no primeiro caso para 1.684,8 euros.

Impacto da revisão de cerca de cem atos por esclarecer

Embora esta tenha sido uma das questões mais faladas, esta alteração não é a única: a nova revisão dos preços da ADSE inclui cerca de cem atos que "incidem sobretudo nas tabelas de cirurgia e medicina, onde estão incluídos alguns meios de diagnóstico e terapêutica, atos de ginecologia, obstetrícia (partos), urologia, anatomia patológica e certas situações de exames radiológicos e enfermagem", segundo explicou a própria ADSE, e como confirmam diversos exemplos nas tabelas.

No entanto, as tabelas são de difícil comparação e embora o presidente do Conselho Geral e de Supervisão (CGS), João Proença, indique que o impacto para a ADSE é "significativo" – na ordem dos "milhões de euros" – nem a ADSE nem o Ministério da Administração Pública e da Modernização do Estado esclareceram qual o impacto global dos novos preços tanto para o subsistema (que é financiado pelos seus beneficiários) como para os próprios utentes, via pagamento direto.

Esta quarta-feira, a Ordem dos Nutricionistas congratulou-se, em comunicado, com o facto de a tabela da ADSE "passar a incluir, pela primeira vez, consultas de nutrição".

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