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Costa: Orçamento foi dos documentos "mais fluídos" de elaborar

O chefe do executivo afirma que o documento entregue na segunda-feira na Assembleia da República segue uma "linha de continuidade" relativamente aos orçamentos anteriores, pelo que não vê razões para que seja chumbado pela esquerda parlamentar.

Lusa
18 de Dezembro de 2019 às 07:51
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O primeiro-ministro assume que o Orçamento de Estado para 2020 "foi dos mais fluídos" de elaborar no seio do Governo e alerta que não é vocação da esquerda aumentar o défice e a dívida pública.

"Não creio que seja de esquerda promover défices e aumento da dívida. Ser de esquerda é assegurar boas condições de financiamento das políticas públicas", salienta António Costa numa entrevista ao diário Público em que reitera a sua confiança na proposta de Orçamento de Estado para 2020.

O chefe do executivo afirma que o documento entregue na segunda-feira na Assembleia da República segue uma "linha de continuidade" relativamente aos orçamentos anteriores, pelo que não vê razões para que seja chumbado pela esquerda parlamentar.

"Não vejo nenhuma razão para que quem aprovou os anteriores orçamentos não aprove este", assume.

António Costa desdramatiza as discussões entre ministros a propósito da distribuição das verbas do orçamento, considerando que foi das propostas mais pacíficas de construir.

"Foi talvez, internamente ao Governo, dos [orçamentos] mais fluídos de elaborar no seio do Governo", frisa.

O primeiro-ministro considera normal que os membros do Governo discutam com o titular das Finanças as verbas para cada área, afirmando que sempre foi assim desde que começou a sentar-se no Conselho de Ministros em 1995.

"Não há guerras entre ministros, há aquilo que é próprio. Eu digo o que necessito, o ministro das Finanças diz o que é possível e vemos em função do conjunto do que é necessário e daquilo que é possível, compomos o melhor Orçamento de Estado possível", descreve.

Costa reconhece que "é preciso arbitrar", mas salienta que "foi assim em todos os anos" e diz que nunca viu um Conselho de Ministros em que "as discussões não fossem feitas".

Na entrevista, o líder do executivo considera que o excedente de 0,2% previsto na proposta orçamental "é importante", mas não significa "um grande aumento de impostos como em 2012, nem novos cortes nos vencimentos ou pensões, ou redução do investimento".

"Quando vamos ao médico, o que é que o médico nos diz? Normalmente diz assim: 'Felizmente está de boa saúde, mas não pode fumar, tem de ter cuidado com a alimentação, tem de conter os excessos'. O diálogo com a Comissão Europeia é simplesmente nesta base. Eles reconhecem que as nossas finanças públicas têm cumprido a trajetória e dá-me particular satisfação ir verificando todos os anos que os receios com que olham para os nossos projetos de orçamento não se cumprem e as expectativas são superadas", afirma ainda na entrevista ao Público.
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