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Portugal-Grécia no regresso aos mercados. Quem ganha?
A semana passada ficou marcada pelo regresso da Grécia aos mercados, com a colocação de dívida a cinco anos, num caminho que Portugal começou a percorrer em 2013. Veja a infografia com as comparações entre vários indicadores dos países nesses dois momentos.
Uma comparação entre as previsões para a economia nacional em 2013, um ano antes de Portugal terminar o seu programa de ajustamento, e as previsões de 2017 para a Grécia – também a um ano de terminar o seu (terceiro) programa da troika – evidencia as forças e as fragilidades da economia helénica no início do seu percurso de acesso aos mercados.
A Grécia de Alexis Tsipras em 2017 cresce mais do que o Portugal de Pedro Passos Coelho em 2013 (ainda em recessão), e regista excedentes orçamentais primários na casa dos 3% do PIB – o que compara com um saldo equilibrado registado por Lisboa nesse ano. São estes resultados, juntamente com a perspectiva de Atenas terminar o seu programa com sucesso em Agosto de 2018 (o que lhe garantirá um novo alívio europeu nas condições de pagamento da sua dívida – que já são mais favoráveis que as de Portugal), que explicam que os investidores tenham exigido uma taxa de juro a cinco anos de 4,6% na emissão de dívida de ontem, abaixo dos 4,9% exigidos a Portugal na sua primeira emissão de 2013.
Mas estes números não escondem as enormes fragilidades gregas, de resto evidenciadas nos baixos "ratings" atribuídos à Grécia, bem abaixo dos atribuídos a Portugal a um ano de recuperar o acesso aos mercados. A Grécia permanece como uma das maiores dívidas públicas do mundo, bem maior do que a de Portugal em 2013, a que se junta mais malparado, uma banca dependente do financiamento do BCE e sujeita a controlo de capitais, e uma taxa de desemprego acima de 20%.