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Centeno: após 2020 dívida vai cair em percentagem do PIB e em termos nominais

Em entrevista à Reuters, o ministro das Finanças diz que depois de 2020 Portugal terá condições para que "o nível de dívida nominalmente, e não só em percentagem do PIB, se reduza". Centeno avisa Roma que o governo italiano tem de cumprir o orçamento negociado com Bruxelas.

Duarte Roriz / Jornal de Negócios
23 de Abril de 2019 às 17:38
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No mesmo dia em que o Expansión publica uma entrevista em que Mário Centeno se mostra cauteloso ao admitir um abrandamento na Zona Euro mais longo do que inicialmente previsto, o ministro das Finanças concedeu também uma entrevista à Reuters em que se mostra otimista quanto ao futuro próximo de Portugal.

Mário Centeno diz à agência noticiosa que a dívida pública portuguesa vai, já a partir de 2020, cair não apenas em percentagem do PIB mas também em termos absolutos. Portugal tem "condições, a partir de 2020, para que o nível de dívida nominalmente, e não só em percentagem do PIB, se reduza", afirma.

O titular das Finanças enjeita ainda que a redução do défice orçamental tenha sido feita à custa do investimento público ao longo desta legislatura. Centeno diz ser "exatamente o contrário disso" e argumenta que no quadro comunitário PT2020 as taxas de comparticipação do Estado no investimento público rondam os 85%, sendo que apenas 15% do investimento executado foi financiado com fundos europeus.

Mário Centeno acrescenta que na legislatura anterior a percentagem de investimentos financiados por fundos estruturais era de 45%. "Quando temos esta discussão que o investimento público é essencialmente alavancado por fundos comunitários isso já foi mais verdade, muito mais verdade do que é hoje."

O também presidente do Eurogrupo está também otimista quanto à evolução da avaliação das agências ao risco associado à dívida pública portuguesa. Centeno espera que a DBRS eleve o "rating" da República em breve e está convicto de que o diferencial das "yields" continue a atenuar-se relativamente aos outros parceiros europeus.

"A nossa expectativa é que continue essa convergência de taxas."

Já no papel de líder do bloco da moeda única, o economista reitera que Itália terá de cumprir o orçamento negociado com Bruxelas e reduzir o quanto antes o avolumar da incerteza.

Face ao deteriorar das condições económicas que serviram de base às previsões macroeconómicas do executivo transalpino, Mário Centeno nota que "são necessárias medidas em Itália", mas não só. Ao nível do conjunto da Zona Euro é preciso "continuar o nosso processo de reformas".

"A dificuldade que Itália tem enfrentado é crescer. É um desafio que não nos deve nunca sossegar e daí a preocupação, é aí que se centra o grande desafio da economia italiana - é crescer", acrescentou.

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