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Preços na Zona Euro sofrem maior queda em 4 anos e meio

A taxa de inflação na Zona Euro entrou em território ainda mais negativo no mês de setembro, caindo para -0,3%.

16 de Outubro de 2020 às 10:54
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As previsões já apontavam para este cenário, e os dados confirmam-no: os preços na Zona Euro registaram, em setembro, a maior queda dos últimos quatro anos e meio, deixando o Banco Central Europeu cada vez mais afastado da meta de inflação que corporiza o seu mandato de estabilidade de preços na região.

Segundo os números revelados esta sexta-feira, 16 de outubro, pelo Eurostat, a taxa de inflação na região da moeda única entrou em território ainda mais negativo no mês passado, passando de -0,2%, em agosto, para -0,3%, em setembro, confirmando a primeira estimativa divulgada a 2 de outubro.

Este é o segundo mês consecutivo de quebras homólogas nos preços do consumidor na Zona Euro e a taxa de inflação mais baixa na região desde abril de 2016. Há um ano, em setembro de 2019, os preços estavam a crescer a um ritmo de 0,8%.

No conjunto mais alargado da União Europeia, a taxa de inflação passou de 0,4%, em agosto, para 0,3%, em setembro, muito abaixo dos 1,2% registados um ano antes.

Na comparação com agosto, a taxa de inflação caiu em 13 Estados-membros da União Europeia, permaneceu estável em sete e subiu noutros sete.

As quedas homólogas mais acentuadas no Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) – usado para comparar os países entre si – foram observadas na Grécia (-2,3%), Chipre (-1,9%) e Estónia (-1,3%) enquanto as taxas mais altas registaram-se na Polónia (3,8%), Hungria (3,4%) e Chéquia (3,3%).

Em Portugal, o IHPC deslizou para -0,8%, perfazendo o terceiro mês consecutivo de quebras nos preços.



Em termos gerais, a energia foi a principal responsável pela descida de preços no bloco regional, seguida pelos bens energéticos não industriais, ambos os agrupamentos com variações negativas.

Esta evolução negativa dos preços acontece numa altura em que a região se debate com os efeitos da covid-19 que, depois de paralisar quase totalmente a atividade económica nos primeiros meses da pandemia, está a obrigar a um recuo no alívio das medidas de restrição e, em muitos casos, a um restabelecimento das regras apertadas.

O BCE, que tirou de primeiro plano o objetivo de colocar a taxa de inflação mais perto da meta do banco central – um nível próximo mais abaixo dos 2% - tem intervindo ativamente para apoiar a economia através de compras massivas de ativos e já admitiu mesmo seguir a postura adotada pela Fed e rever a meta para a evolução dos preços.

A primeira estimativa para a taxa de inflação de outubro será revelada pelo Eurostat no próximo dia 30.

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