Enrico Letta foi o nome escolhido pelo Presidente da República italiano para formar o novo Governo do país. Visto como um “europeísta” e um homem “dinâmico”, segundo o diário “El País”, Letta é considerado um “menino” (devido à sua idade, 46 anos) na cena política italiana.

Mas “apesar da sua juventude, Letta tem já uma longa experiência política: eurodeputado, três vezes ministro e subsecretário da Presidência durante o Governo de Romano Prodi (2006 a 2008)”, escreve o “El País”.

Nas primeiras declarações após ser nomeado primeiro-ministro, Letta afirmou que aceita o cargo “com um profundo sentido de responsabilidade” tendo em conta “a difícil, frágil e sem precedentes situação do país”. “O país está à espera de um Governo. Sabemos que esta situação não pode continuar”, disse Letta, citado pelo “The Guardian”, acrescentando que os políticos italianos “perderam toda a credibilidade”.

Letta chegou ao Palácio Presidencial Quirinale – sozinho e a conduzir o seu discreto Fiat, sublinhou o “The Guardian” - por volta das 11h46 (hora de Lisboa). Cerca de 20 minutos mais tarde, Giorgio Napolitano confirmava a nomeação de Letta para primeiro-ministro.  

Natural de Pisa, Letta licenciou-se em Direito Internacional na universidade

da cidade e doutorou-se em Direito da União Europeia. Iniciou a sua actividade política aos 25 anos como presidente da Juventude do Partido Popular Europeu.

Trabalhou no Ministério do Exterior no Governo de Carlos Azeglio Ciampi (1993 e 1994) e em 1996 foi chamado para a secretaria-geral da Comissão do Euro do Ministério das Finanças.

Entre Janeiro de 1997 e Novembro de 1998 foi vice-secretário do Partido Popular italiano e em Novembro de 1998 converteu-se no ministro mais jovem da história política italiana, ao assumir a pasta das Políticas Comunitárias durante o Executivo de Massimo D’Alema.   

Dois anos mais tarde assumiu o cargo de ministro da Indústria e do Comércio, ainda durante o Governo de Massimo D’Alema e manteve o cargo no Executivo de Giuliano Amato.

O percurso de Letta no Partido Democrático (PD) começou no ano em que o partido foi fundado (2007). Dois anos mais tarde apoiou Pier Luigi Bersani para a presidência do partido.

O “El País” refere ainda que Letta é autor de várias publicações em defesa da União Europeia e do projecto europeu. É adepto do AC Milan e apaixonado por música.

“Casado e com três filhos, é sobrinho de Gianni Letta, braço direito de Silvio Berlusconi”, remata o "El País".