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Varoufakis apela ao voto em Macron, "único ministro" que ajudou Grécia

"Durante o meu mandato como ministro das Finanças da Grécia, no princípio de 2015, Emmanuel revelou um lado de si que poucos progressistas conhecem", relata Varoufakis.

Reuters
02 de Maio de 2017 às 16:44
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O ex-ministro grego das Finanças Yanis Varoufakis, uma das referências da esquerda europeia, apelou hoje ao voto nas presidenciais francesas em Emmanuel Macron, "o único ministro" europeu que ajudou a Grécia durante a crise da dívida.

A segunda volta das presidenciais francesas, disputada entre Macron, centrista, e Marine Le Pen, da extrema-direita, realiza-se no domingo.

 

Num artigo para o jornal Le Monde publicado hoje, Varoufakis dirige-se aos "eleitores progressistas franceses", afirmando compreender que "tenham todas as razões para estar irritados" contra o programa social-liberal de Macron, mas sublinhando que "recusa fazer parte de uma geração de progressistas europeus que podiam ter impedido Marine Le Pen de ganhar as presidenciais francesas e não o fizeram".

 

"Durante o meu mandato como ministro das Finanças da Grécia, no princípio de 2015, Emmanuel revelou um lado de si que poucos progressistas conhecem", relata Varoufakis ao diário francês.

 

Nomeado ministro após a vitória do Syriza, em Janeiro de 2015, Varoufakis acabou por se demitir no verão seguinte devido a divergências com o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, sobre a estratégia para as negociações sobre a dívida grega.

 

"Quando a 'troika' de credores da Grécia e o governo de Berlim estrangulavam todas as tentativas do nosso governo de esquerda recém-eleito para libertar a Grécia do espartilho da dívida, Macron foi o único ministro de Estado na Europa a fazer todos os possíveis para nos ajudar", afirmou.

 

Varoufakis relatou também que, no final de Junho de 2015, "quando o Eurogrupo decidiu encerrar os bancos [gregos] para castigar o governo" grego, Macron, então ministro da Economia, convenceu o presidente François Hollande a reabrir a negociação e "propôs ir incógnito a Atenas" para uma mediação.

 

Essa missão foi, contudo, vetada pela presidência francesa, por influência da chanceler alemã, Angela Merkel, segundo Varoufakis.

 

"Ao esmagar a primavera grega, a 'troika' não só desferiu um golpe na Grécia, como também na integridade e no espírito europeu. Emmanuel Macron foi o único que tentou opor-se a isso. Penso que é meu dever fazer com que os franceses progressistas, prestes a entrar -- ou não -- na cabine de voto da segunda volta, façam a sua escolha estando plenamente conscientes disso" escreveu.

 

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