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Onda Macron tomba pesos-pesados socialistas em França

O líder socialista ficou de fora do parlamento para onde era eleito desde 1996 e o candidato presidencial Benoît Hamon seguiu o mesmo caminho. Elevada taxa de abstenção só permitiu apurar três deputados na primeira volta.

Reuters
11 de Junho de 2017 às 23:41
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A primeira volta das eleições legislativas em França está a ser marcada pelo afastamento de figuras gradas da política nacional que não conseguiram ser eleitas para o parlamento, com o Partido Socialista a ser dos mais prejudicados.

Jean-Christophe Cambadélis, o líder socialista, foi eliminado este domingo, não conseguindo ser apurado para deputado pela primeira vez em 20 anos. O antigo candidato socialista à presidência francesa, Benoît Hamon, também ficou de fora do parlamento.

"Não é saudável nem desejável que um presidente eleito à segunda volta pela rejeição da extrema-direita beneficie do monopólio da representação nacional", considerou Cambadélis, citado pela Lusa, para quem a democracia francesa "não pode permitir-se estar doente".

Entre os ministros do governo socialista de François Hollande que se candidataram, apenas quatro conseguiram não ser eliminados e passar à segunda volta. E na Frente Nacional, Nicolas Bay, responsável pela campanha do partido de extrema-direita, ficou igualmente pelo caminho.

O mesmo não se pode dizer de cinco ministros do actual governo de Édouard Philippe, que são candidatos a estas eleições e têm um pé já na segunda volta das eleições, que acontece no próximo domingo, 18 de Junho.

Nas projecções divulgadas pelo Le Figaro, o La République en Marche (que sucedeu ao movimento En Marche criado por Macron enquanto candidato a presidente) e o Modem (Movimento Democrata) estão a caminho de uma maioria absoluta, ao arrecadar entre 400 e 440 lugares – o Le Monde diz que serão mais de 415.

A Frente Nacional passaria a ter entre dois e cinco parlamentares - a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, passou à segunda volta depois de ter obtido 46% dos votos na sua circunscrição, de Pas-de-Calais.

À esquerda, os socialistas ficariam com 15 a 25 deputados, seguidos muito de perto pela esquerda radical do France Insoumise (França Insubmissa). A formação política de Jean-Luc Mélenchon, antigo candidato presidencial, teria razões para sorrir ao conquistar entre 13 e 23 deputados.

O líder do França Insubmissa diz que estes resultados confirmam a "posição de destaque constituída nas presidenciais" de Abril e Maio. E, citado pela Lusa, pede que na segunda volta os eleitores "não dêem nem permitam que se dê plenos poderes ao partido do Presidente."

A baixa taxa de participação reduziu drasticamente o número de eleitos que ficaram apurados na primeira volta: dos 577 deputados, apenas três conseguiram até agora ser eleitos nas suas circunscrições territoriais. Isto porque além de terem de ter 50% dos votos na zona por que são eleitos, têm ainda de ter os votos de 25% dos inscritos nessa circunscrição, o que se torna mais difícil com uma elevada abstenção: superior a 51%, mais sete pontos que nas últimas legislativas.

Como se processam as legislativas em França?

São eleitos 577 deputados correspondentes às 577 circunscrições eleitorais do país. Os deputados são eleitos pela região mas a sua obrigação é representarem todo o país.

Se um deputado obtiver mais de 50% dos votos na primeira volta é imediatamente eleito, tendo no entanto que reunir pelo menos 25% dos votos de todos os inscritos nas listas eleitorais.

Se esta condição não for reunida, os dois candidatos mais votados passam à segunda volta. Pode dar-se o caso de um terceiro ou um quarto candidatos passarem ao segundo turno, se reunirem pelo menos 12,5% dos votos de todos os inscritos nas listas eleitorais.

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