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Macron escolhe primeiro-ministro à direita

Édouard Philippe, republicano, presidente da câmara do Havre será o chefe de governo do novo presidente francês.

Reuters
15 de Maio de 2017 às 14:04
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Édouard Philippe (à direita na foto), 46 anos, republicano, presidente da câmara do Havre desde 2010 e porta-voz de Alain Juppé nas primárias do partido (que este perdeu para François Fillon) foi o nome escolhido pelo presidente Emmanuel Macron para chefiar o governo francês. A composição do novo executivo deverá ser conhecida amanhã, terça-feira, sabendo-se que terá no máximo 15 elementos e idêntico número de homens e mulheres.

Philippe substitui o socialista Bernard Cazeneuve e, apesar de hoje militar à direita, começou a sua careira política no Partido Socialista. Diplomado em Estudos Políticos pela "Sciences Po" de Paris, foi um dos fundadores da UMP (Union pour un Mouvement Populaire, que evoluiu para Os Republicanos), sempre ao lado de Juppé que se vê, ainda que indirectamente, envolvido por Macron na governação de um país que terá eleições legislativas para renovar o parlamento em 11 e 18 de Junho próximos. 

Segundo o Le Monde, Macron poderá eventualmente apoiar candidatos da direita republicana depois de "deliberadamente ter deixado em aberto a sua lista", ao apresentar apenas 428 candidatos, quando há 577 circunscrições. "A escolha de Édouard Philippe pode marcar a vontade de alargamento e de reequilíbrio da maioria presidencial", escreve o jornal sobre os planos do antigo ministro da Economia de François Hollande, o socialista que agora substitui. "Esta é uma decisão individual. Não é um acordo político", reagiu Bernard Accoyer, secretário-geral dos Republicanos, citado pela Reuters.

Pouco conhecido do público em geral, Édouard Philippe tinha até há pouco tempo uma coluna de opinião no Libération, jornal mais alinhado à esquerda, onde chegou a escrever que Emmanuel Macron "não assume nada, mas promete tudo com o ardor de um jovem conquistador e o cinismo de um veterano".

"Sou um homem de direita"

Na sua primeira intervenção pública depois de ter sido nomeado primeiro-ministro, Édouard Philippe despediu-se do seu antecessor no cargo, Bernard Cazeneuve, que elogiou pela "honestidade", "gentileza" e "carácter" com que desempenhou o cargo, não apenas com primeiro-ministro mas, antes, como ministro do Interior.

"[Bernard Cazeneuve] disse que é um homem de esquerda. Não tenho dúvidas. Eu sou um homem de direita, o que não o surpreenderá," disse a meio da tarde, dirigindo-se a Cazeneuve, numa breve intervenção no exterior do Matignon, a sede oficial do primeiro-ministro francês. 


(Notícia actualizada às 16:30 com declarações de Édouard Philippe)

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