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Hungria e Polónia desafiam UE e prolongam restrições a importação de cereais da Ucrânia

A Hungria e a Polónia decidiram hoje prolongar de forma unilateral a proibição de importar cereais ucranianos, desafiando a Comissão Europeia, que tinha anunciado pouco antes o fim dessas restrições.

O acordo que permite a exportação de cereais ucranianos foi assinado em julho.
Alexey Malgavk/Reuters
15 de Setembro de 2023 às 19:55
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A Hungria e a Polónia decidiram hoje prolongar de forma unilateral a proibição de importar cereais ucranianos, desafiando a Comissão Europeia, que tinha anunciado pouco antes o fim dessas restrições.

"A Hungria vai fechar as suas fronteiras a 24 produtos ucranianos", em vez dos quatro anteriores, para "proteger os interesses dos nossos agricultores", anunciou o ministro da Agricultura húngaro, Istvan Nagy, na rede social Facebook.

Após a Hungria, foi a vez de a Polónia anunciar o prolongamento do embargo aos cereais ucranianos.

"Não estamos de acordo com a decisão da Comissão Europeia e, no interesse dos agricultores e dos consumidores polacos, vamos tomar medidas nacionais", declarou o porta-voz do Governo, Piotr Müller, à agência PAP.

A União Europeia (UE) suspendeu em maio de 2022, por um ano, os direitos aduaneiros sobre todos os produtos importados da Ucrânia e trabalhou para permitir a exportação dos seus 'stocks' de cereais após o encerramento das rotas do Mar Negro, na sequência da invasão do país pela Rússia em fevereiro 2022.

Os países vizinhos da UE registaram um aumento substancial nas chegadas de milho, trigo ou girassol da Ucrânia, fazendo com que os silos ficassem cheios, os mercados saturados e os preços locais caíssem.

Polónia, Hungria, Eslováquia, Bulgária e Roménia proibiram, por isso, cereais e outros produtos agrícolas importados da Ucrânia em meados de abril passado, dizendo que queriam proteger os seus agricultores, o que abriu um confronto com a Comissão Europeia, responsável pela política comercial da UE.
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