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BoE admite baixar juros num cenário de Brexit sem acordo

O governador do banco central inglês defende que a saída britânica da UE deve concretizar-se com base num acordo, seja o plano de saída negociado por May com Bruxelas ou outro. Mark Carney garante que um Brexit desordenado obrigará ao recurso a políticas monetárias de estímulo económico, desde logo a redução dos juros.

EPA
26 de Junho de 2019 às 16:04
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Presente no comité parlamentar britânico do Tesouro, Mark Carney nota que o Banco de Inglaterra (BoE, na sigla inglesa) poderá ter de inverter a respetiva política monetária e promover uma descida dos juros para compensar os danos decorrentes de um Brexit sem acordo.

Mesmo garantindo que uma resposta do banco central inglês assente na descida dos juros não seria "automática", Carney defendeu, citado pelo The Guardian, que o BoE seria necessariamente impelido a promover políticas de estímulo económico em resposta a um evento de saída do Reino Unido da União Europeia de forma desordenada.

Com esta afirmação, e mesmo não estando a dizê-lo diretamente, Carney está a abrir a porta a descidas dos juros para contrabalançar os efeitos inerentes a um Brexit sem acordo.

Carney acrescentou que, nesta altura, está a crescer consideravelmente a convicção nos mercados de que o Reino Unido abandone o bloco europeu sem acordo, possibilidade que tem penalizado os níveis de investimento na economia britânica e prejudicado a mesma no curto prazo.

Um  cenário de saída sem enquadramento jurídico assumiu-se, nos últimos dias, como o tema central da campanha para a liderança do Partido Conservador e consequente sucessão a Theresa May na liderança do governo britânico.

O favorito à vitória na eleição interna dos "tories", o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, garante que o Reino Unido vai sair da UE na data agendada de 31 de outubro, com ou sem acordo.

Já o seu rival, que atualmente ocupa a pasta dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt defende como cenário preferencial alcançar algum tipo de acordo, desde que melhor do que aquele que foi negociado por May com Bruxelas e já três vezes chumbado no parlamento do Reino Unido.

Carney abandona a liderança do BoE no próximo mês de janeiro.

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