O procurador do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, emitiu um comunicado em que esclarece que abriu investigação aos possíveis crimes de guerra praticados na Ucrânia, após um pedido que envolveu 39 Estados-membros do tribunal.
Em comunicado, Khan refere que a 28 de fevereiro anunciou a decisão de pedir autorização para esta investigação, indicando que foi agora anunciada a sua decisão à presidência do ICC de proceder à investigação.
"O nosso trabalho na recolha de provas começa agora", escreve.
Pouco antes, o Reino Unido anunciou que um total de 38 países avançaram uma queixa ao Tribunal Penal Internacional, exigindo que este investigue os crimes de guerra da Rússia sobre a Ucrânia.
Notícia
Os principais desenvolvimentos de quarta-feira, ao minuto
Acompanhe aqui minuto a minuto o conflito na Ucrânia e a reação dos mercados.
- Pequim é contra as sanções impostas
- Negociações entre Ucrânia e Rússia só devem arrancar na sexta-feira
- Stoxx 600 a caminho do pior trimestre desde o início da pandemia. Moscovo fechado
- Bunds alemãs regressam a terreno negativo
- Russos anunciam conquista da cidade portuária de Kherson
- Petróleo dispara 6% e supera fasquia dos 110 dólares
- Ouro perto de renovar máximos de 13 meses. Paládio dispara quase 4%
- Biden acusa Putin de ser um ditador e aponta Europa para o vermelho
- João Gomes Cravinho chama Conselho Superior Militar
- Governo ucraniano vai compensar doadores cripto com "airdrop"
- Rússia vai recorrer ao Tribunal Arbitral depois de ser banida de 32 competições
- UE chega a acordo para desligar SWIFT a sete bancos russos
- Wall Street abre no verde à boleia da energia e do emprego
- Bruxelas "tira do ar" Sputnik e Russian Today
- Território junto à maior central nuclear da Ucrânia cede ao exército russo
- Maior oferta de petróleo não trava escalada do brent
- BCE admite recorrer a novos instrumentos de política monetária para combater inflação
- Regresso do apetite pelo risco agrava juros das dívidas
- Galp deixa de comprar petróleo a fornecedores russos
- Embaixadora ucraniana pede ao Governo sanções especiais contra russos com nacionalidade portuguesa
- Ouro cai 17 dólares num minuto após abertura de Moscovo a negociações
- "Commodities" alimentam recuperação das bolsas na Europa
- Civis enfrentam tropas russas no sul da Ucrânia
- Invasão russa condenada por 141 países na Assembleia Geral da ONU
- Sanções à Rússia também vão incluir as criptomoedas
- Rússia quer "privar a Ucrânia do direito de existir" alertou embaixador ucraniano na ONU
- Governo ucraniano convida mães de soldados russos capturados a irem buscá-los
- Quatro caças russos violam espaço aéreo sueco
- TPI investiga crimes de guerra da Rússia
- SWIFT corta sete bancos russos a 12 de março
A posição de Pequim foi avançada pelo presidente do regulador chinês para a banca, Guo Shuqing, que - citado pela Bloomberg - salientou, no entanto, que "as sanções aplicadas não têm um impacto grande e óbvio na economia chinesa".
O líder do supervisor chinês adiantou ainda que Pequim "irá manter normalmente os laços económicos e comerciais com as partes relacionadas".
A China tem mantido uma posição neutral perante o conflito na Ucrânia. Há uma semana, o presidente chinês Xi Jinping apelou a Vladimir Putin para que converse com os líderes da Ucrânia de forma a negociar soluções para o conflito armado.
Segundo a mesma fonte, a Ucrânia ainda não confirmou que está pronta para continuar a negociar e mesmo que concorde, vai demorar algum tempo até que a delegação de Kiev consiga chegar à Bielorrússia.
A Interfax avança que "o cenário mais realista será que a segunda ronda de negociações arranque na sexta-feira, caso a Ucrânia responda positivamente à Rússia entre hoje e amanhã".
O primeiro encontro entre o Kremlin e Kiev decorreu esta segunda-feira, tendo durado cinco horas, após as quais as partes não chegaram a qualquer acordo.
O Stoxx 600 -- "benchmark" por excelência para a Europa -- estava há momentos a recuar 0,2% para 442,28 pontos. Dos 20 setores que compõe o índice, sete abriram no verde e os restantes no vermelho.
O setor do "oil & gas" é o que mais ganha, estando a subir 2,11%, acompanhado pelo setor tecnológico que soma 1,94%. Do lado das perdas, o setor automóvel é o que mais perde (-1,50%) seguido dos bens alimentares (-1,46%).
O índice de referência europeu está a caminho do pior trimestre, desde o arranque da pandemia, de acordo os dados compilados pela Bloomberg.
Nas restantes praças europeias, o espanhol IBEX desliza 0,02%, o alemão DAX cai 0,58% e o francês CAC 40 mergulha 0,47%, enquanto Milão cai 0,35%. Por outro lado, Londres valoriza 0,63%, acompanhada de Amesterdão (-0,62%). A praça lisboeta é a que regista a subida mais expresssiva, estando há pouco a valorizar mais de 1%, impulsionada pelo setor energético.
"O disparo dos preços das matérias-primas aumentam o risco de estagflação, aumentando o dilema dos bancos centrais", alerta o Barclays, numa nota de "research", compilada pela Bloomberg.
Os analistas liderados por Emmanuel Cau sublinham, no entanto, que "por norma as quedas dos mercados motivadas por acontecimentos geopolíticos costumam ser de curta duração, criando oportunidades de compra boas para os investidores, a médio prazo".
Pela terceira sessão consecutiva, a praça de Moscovo está fechada devido ao conflito, que tem levado a fortes desvalorizações. No primeiro dia da invasão (quinta-feira da semana passada), o tombo do principal índice russo tornou-se mesmo o quinto pior evento da história dos mercados financeiros globais.
A yield da dívida germânica com maturidade a dez anos, referência para o bloco europeu, está a subir 6,1 pontos base para -0,018, tendo entrado, no entanto, pela primeira vez desde 31 de janeiro, em terreno negativo.
Itália é o país da zona euro onde os juros da dívida a dez anos mais agravam, com um disparo de 10,6 pontos base para 1,507%.
Na Península Ibérica, a yield da dívida portuguesa com a mesma maturidade soma 7,7 pontos base para 0,797%, enquanto os juros da dívida espanhola agravam 7,8 pontos base para 0,932%.
Na Rússia ainda não é possível perceber a reação dos investidores às sanções, já que a sessão permanece encerrada. Na Ucrânia, os juros das obrigações a dez anos, continuam a disparar, estando a escalar 62,3 pontos base para 25,764%.
Kiev não confirmou a informação, mas já tinha revelado durante a noite que as tropas russas estavam a marchar em direção à cidade.
O Brent do Mar do Norte -- referência para as importações europeias -- está a disparar 6,01% para 111,33 dólares por barril, enquanto o West Textas Intermediate -- referência para o mercado norte-americano -- está a escalar 5,99%, com o barril a cotar nos 109,63 dólares, alcançando o nível mais alto desde 2013.
Esta terça-feira, o diretor executivo da AIE, Fatih Birol, afirmou que "a situação que vivemos no mercado na energia é muito séria, vivemos o perigo de uma crise energética global", contribuindo para a continuação do rali do ouro negro. O mercado teme que haja mais restrições na compra de petróleo russo, perante o escalar da invasão do Kremlin na Ucrânia.
Este movimento no mercado petrolífero acontece ainda horas antes da reunião da OPEP+, durante a qual os países exportadores de ouro negro irão deliberar sobre a produção em abril. A Bloomberg Intelligence aponta para um "aumento modesto da produção".
O mercado está ainda ser pressionado pela nova diretiva imposta por Pequim às agências estatais chinesas, que no início da manhã (em Lisboa) foram informadas que deveriam comprar ainda mais matérias-primas, com especial destaque para o petróleo e gás, perante a aceleração dos preços das "commodities".
"Neste momento só vejo o petróleo a subir. O mercado está a acordar para a possibilidade de ser cada vez mais difícil comprar petróleo russo e é difícil ver o que é que a OPEP+ pode fazer para resolver este assunto", defendeu Daniel Hynes, estratega do gabinete de matérias-primas do New Zealand Banking Group, citado pela Bloomberg.
O metal amarelo segue a desvalorizar 0,4% para 1.938,18 dólares, depois ter escalado quase 2% durante a madrugada desta quarta-feira. Já os restantes metais preciosos seguem uma tendência positiva, com destaque para o paládio -- cujo 40% da produção mundial está cargo da Rússia -- que segue a somar 1,4%, depois de esta terça-feira ter disparado 3,9%.
Para além da crise na Ucrânia que já fez escalar os preços das matérias-primas para máximos que não eram vistos desde 2009, de acordo com o Bloomberg Commodities Index, os investidores estão ainda de olho na Reserva Federal norte-americana, que pode aumentar já este mês a taxa de juro diretora. O presidente da Fed, Jerome Powell, fala hoje sobre este tema.
"Os mais recentes acontecimentos geopolíticos a par da possibilidade da Fed subir as taxas de juro já este mês apontam para a continuação de um rali por parte do ouro e dos restantes metais preciosos", explicou David Chao, estratega da Invesco, em entrevista à Bloomberg TV.
No mercado cambial, o índice do dólar da Bloomberg -- que compara a "nota verde" com 16 divisas rivais -- está a valorizar 0,25% para 97.55 pontos. Por sua vez o euro está a deslizar 0,13% para 1,1109 dólares, com os analistas da Bloomberg Intelligence a apontar uma linha de resistência intradiária de 1,1240 dólares e semanal de 1,1320 dólares.
Os mercados tremeram perante a incerteza em relação a uma nova escalada no conflito armado da Rússia sobre a Ucrânia, com o Euro Stoxx 50 a perder 0,13%, o alemão DAX 0,17% e o britânico FTSE 100 0,7%.
Na Ásia, a sessão também terminou pintada de vermelho com o Toppix a desvalorizar 1,96%, o Nikkei 1,68% e o Hang Seng 1,84%.
"O conflito entre a Rússia e a Ucrânia vai provavelmente continuar a dominar os mercados no futuro. O anúncio de ontem de que a Rússia não vai pagar cupões aos titulares estrangeiros de dívida soberana vai empurrar ainda mais os investidores para ativos-refúgio em detrimento de outros produtos como as ações", preveem os analistas da ING, numa nota de "research", citada pela Reuters.
"O apoio ao início do processo de adesão da UE à Ucrânia mostra a unidade no apoio à Ucrânia da Europa Ocidental, mas é improvável que ajude a acalmar as tensões", acrescentam os analistas.
Esta quarta-feira, durante a madrugada lisboeta, o presidente norte-americano Joe Biden profeiru o chamado "discurso da nação", onde não poupou nas críticas ao homólogo russo Vladimir Putin.
O ocupante da Casa Branca apelidou Putin como "ditador" e assegurou que o chefe de Estado russo "irá pagar um preço alto por esta invasão".
Do outro lado da guerra, a Rússia continua a marchar até à capital. Na segunda maior cidade do país, Kharkiv, o líder regional afirmou que o Kremlin já começou a bombarderar áreas residenciais. O alerta surge quando Pequim já afirmou que "está extremamente preocupada com os danos civis".
Antes do seu discurso, Joe Biden esteve ao telefone com Volodymyr Zelenskiy, depois de Putin ter interposto sanções contra o Ocidente, enquanto o Reino Unido já anunciou também uma nova onda de sanções. Esta quarta-feira, o mercado acordou ainda com o anúncio da Bielorrússia que prometeu enviar mais tropas para a fronteira sul.
O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, convocou para esta quarta-feira uma reunião do Conselho Superior Militar, o principal órgão de consulta do Ministro da Defesa em matérias relativas à defesa nacional e às Forças Armadas.
O ponto único de agenda do encontro é a análise da situação que se vive na Ucrânia e o ponto de situação da participação das Forças Armadas portuguesas.
Estarão presentes o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Almirante Silva Ribeiro, o Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, a Secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes, Catarina Sarmento e Castro e os Chefes do Estado-Maior dos três ramos das Forças Armadas, além do Ministro da Defesa Nacional que preside à reunião.
Airdrop confirmed. Snapshot will be taken tomorrow, on March 3rd, at 6pm Kyiv time (UTC/GMT +2 hours).
— Ukraine / ??????? (@Ukraine) March 2, 2022
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"O povo da Ucrânia está grato pelo apoio e doações da comunidade cripto mundial, à medida que protegemos nossa liberdade", pode ler-se num "post" publicado na página oficial da Ucrânia no Twitter.
Mais tarde, o governo Ucraniano escreveu que está confirmado um "snapshot para o dia 3 de março", deixando os seguidores do mercado divididos sobre se os doadores serão compensados com um NFT (token não fungível) sobre uma fotografia, ou através de uma ICO, uma Oferta Pública de uma nova criptomoeda. O governo ainda não esclareceu qual será a natureza do token.
"Estamos trabalhando com o Comité Olímpico russo e as principais federações nacionais para recorrer das decisões que expulsaram ilegalmente os atletas russos das competições internacionais", anunciou o vice-ministro do Desporto, Andrei Fyodorov, em declarações à Interfax.
"Ao todo o desporto russo foi banido de 32 competições", acrescentou o governante.
Depois de invadir a Ucrânia, a Rússia foi expulsa de várias competições. Mais recentemente, depois do Comité Olímpico Internacional ter recomendado a expulsão da Rússia e da Bielorrússia, esta segunda-feira foi a vez da FIFA e da UEFA suspenderem todos os clubes russos e a respetiva seleção das competições oficiais de futebol. Assim, o Spartak Moscovo que vai jogar na Liga Europa com os alemães do RB Leipzig, foi expulso da competição, ficando a equipa germânica automaticamente apurada para os quartos da final.
No caso das seleções, o apuramento para o Mundial do Catar obrigaria a Rússia a jogar no dia 29 deste mês com a Polónia, o que não acontecerá.
A medida, a entrar em vigor em 12 de março, que visa isolar a Rússia e condicionar fortemente o financiamento da sua máquina de guerra - e que havia sido anunciada no passado sábado -, abrange os bancos VTB (o segundo maior banco russo), bem como o Banco Otkritie, o Novikombank (finanças industriais), o Promsvyazbank, o Rossiya Bank, o Sovcombank e o VEB (banco de desenvolvimento do regime), de acordo com a lista publicada hoje no Jornal Oficial da UE, depois de longas discussões nos últimos dias entre os Estados-membros para determinar as instituições visadas.
Duas grandes instituições bancárias russas não são abrangidas por esta exclusão do sistema SWIFT, designadamente o maior banco da Rússia, o Sberbank, e o Gazprombank, o braço financeiro do gigante dos hidrocarbonetos, através do qual é canalizada a maior parte dos pagamentos para as entregas de gás e petróleo russo à UE, pelo que alguns Estados-membros seriam muito afetados negativamente.
Ainda assim, cerca de um quarto do volume do sistema bancário russo é afetado por esta exclusão, segundo fontes europeias, lembrando que esta é apenas uma das sanções de um pacote mais vasto. O executivo comunitário sublinha também que, "em função do comportamento da Rússia, a Comissão está preparada para acrescentar outros bancos russos a curto prazo".
"À velocidade da luz, a União Europeia adotou três vagas de pesadas sanções contra o sistema financeiro russo, as suas indústrias de alta tecnologia e a sua elite corrupta. Este é o maior pacote de sanções da história da nossa União. A decisão de hoje de desligar os principais bancos russos da rede SWIFT irá enviar mais um sinal muito claro a Putin e ao Kremlin", comentou a presidente da Comissão, Ursula Von der Leyen.
De acordo com a Comissão Europeia, a decisão, "estreitamente coordenada com os parceiros internacionais da UE, tais como os Estados Unidos e o Reino Unido, "impedirá estes bancos de realizarem as suas transações financeiras em todo o mundo de uma forma rápida e eficiente".
Apontando que "os bancos visados pela medida de hoje foram escolhidos porque estes bancos já estão sujeitos a sanções por parte da UE e de outros países do G7", Bruxelas explica que a medida só entrará em vigor dentro de 10 dias, em 12 de março, para permitir "à SWIFT e a outros operadores um breve período de transição para implementar a decisão, mitigando assim quaisquer possíveis impactos negativos para as empresas e mercados financeiros da UE".
O sistema financeiro SWIFT ('Society for Worldwide Interbank Financial Communications') movimenta diariamente milhares de milhões de dólares em mais de 11.000 bancos e outras instituições financeiras em todo o mundo.
O S&P 500 segue a subir 0,53% para 4.329,15 pontos, impulsionado pelos ganhos nos setores da energia e financeiro. O Bloomberg Commodities Index subiu para um nível mais alto desde 2009, à medida que as matérias-primas, amplamente exportadas pela Rússia, como o alumínio, o trigo ou paládio, começam a tornar-se mais escassas, devido à guerra.
Por sua vez, o industrial Dow Jones está a valorizar 0,64% para 33.463,26 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite soma 0,30% para 13.573,33 pontos.
Os investidores estão a ser animados pelos números do emprego nos EUA. Segundo os dados publicados pelo Departamento de Trabalho, as empresas norte-americanas criaram mais 475 mil empregos em fevereiro, acima do previsto pelos analistas da Bloomberg e da Refinitiv.
Por outro lado, o mercado está a digerir as palavras de Jerome Powell, presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed). O governador garantiu que o banco central vai mesmo avançar com uma subida das taxas de juro de referência este mês, apesar da incerteza em torno da guerra na Ucrânia.
"Com a inflação muito acima de 2% e um forte mercado de trabalho, esperamos que venha a ser apropriado subir o intervalo das taxas de juro na nossa reunião deste mês", afirmou Powell. "O processo de remoção da política acomodatícia nas atuais circunstâncias envolve tanto aumentos no intervalo dos juros de referência como a redução do balanço da Fed".
Perante estas declarações do líder da Fed e apesar deste arranque positivo, os analistas apelam aos investidores para que se virem sobretudo para ativos de risco. "Aconselhamos os investidores a procurarem ativos refúgio que os protejam contra a crise que advinha, em vez dos ativos de risco", defendeu Mark Haefele, diretor de investimentos do UBS Global Wealth Management, em entrevista à Bloomberg TV.
"Neste tempo de guerra, como palavras importam", frisou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, através de um comunicado.
"Somos testemunhas de um ato de propaganda maciça e desinformação sobre este ataque que se ataca um país livre e independente. Não deixaremos que os defensores do Kremlin derramem mentiras tóxicas a justificar a guerra de Putin ou semeiem as sementes da divisão em nossa União", acrescentou Von der Leyen.
"Hoje, estamos a dar um passo importante contra a operação de manipulação de Putin e a fechar a torneira dos meios de comunicação russos na UE", sublinhou Josep Borrell, alto representante da UE para a política externa na nota de imprensa publicada na página do Conselho Europeu.
Há três dias, Borrell já tinha anunciado que Bruxelas iria adotar uma resolução para banir a "campanha de desinformação" dos dois meios de comunicação social. A par do Conselho Europeu, também o Youtube e o Facebook já limitam o acesso a estes dois órgãos russos às suas plataformas.
Através de um comunicado, citado pela Bloomberg, o diretor geral da AIE, Rafael Grossi, indicou que a informação lhe chegou através de diplomatas russos em Viena, na Áustria, que indicaram que a central continuava com o seu funcionamento habitual, em segurança, e que "os níveis de radiação se mantinham normais".
À agência, a Ucrânia também confirmou que Zaporizhzhia estava a operar dentro da normalidade, com as autoridades nucleares a manterem contacto com a central.
Rafael Grossi frisou que devem ser evitadas todas e quaisquer ações que ponham em causa a segurança das centrais nucleares ucranianas. O país tem seis em funcionamento.
A informação do aumento da produção conforme previsto foi feita pela OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e 10 aliados independentes) num comunicado depois de uma breve reunião virtual dos ministros da indústria da aliança de 23 países.
"A volatilidade atual não é causada por mudanças nos fundamentos do mercado, mas por acontecimentos geopolíticos atuais", afirma o comunicado.
O Brent do Mar do Norte -- referência para as importações europeias -- está a disparar 6,01% para 111,38 dólares por barril, no valor mais elevado desde 2014. Já o West Textas Intermediate -- referência para o mercado norte-americano -- valoriza 5,99%, com o barril a cotar nos 109,63 dólares, alcançando o nível mais alto desde 2013.
"O Conselho do BCE continuará a responder com flexibilidade aos novos desafios à medida que estes surjam e a ponderar, conforme necessário, novos instrumentos de política na prossecução do seu objetivo de estabilidade de preços", afirmou Philip Lane num discurso na Hertie School, em Berlim.
O membro da Comissão Executiva do BCE referiu-se à invasão russa da Ucrânia referindo que a instituição liderada por Christine Lagarde "está pronto a adotar as medidas necessárias para cumprir as suas responsabilidades de assegurar a estabilidade dos preços e a estabilidade financeira da zona euro", deixando para a reunião da próxima semana as decisões de política monetária.
A inflação na Zona Euro terá atingido os 5,8% em fevereiro, segundo a estimativa rápida do Eurostat divulgada esta quarta-feira. Um valor muito acima dos 2% pretendidos, e que poderá acelerar ainda mais à medida que o conflito na Europa perturba o fornecimento de energia e várias cadeias de abastecimento.
Na Alemanha, a yield da dívida a dez anos -- que é vista como benchmark para a zona euro -- subiu 9,6 pontos base para 0,016%. Após ter passado temporariamente por terreno negativo, o juro voltou assim a negociar acima de 0%.
No Sul da Europa, a tendência é a mesma. Itália é o país da zona euro onde os juros da dívida a dez anos mais agravam, com um disparo de 13,9 pontos base para 1,537%.
Na Península Ibérica, a yield da dívida portuguesa com a mesma maturidade soma 12,4 pontos base para 0,843%, enquanto os juros da dívida espanhola agravam 13,3 pontos base para 0,989%.
"A Galp lamenta os atos de agressão russos contra o povo da Ucrânia. O Conselho de Administração da Galp decidiu, neste âmbito, suspender todas as novas aquisições de produtos de petróleo com origem na Rússia ou em empresas russas", revela a empresa numa nota enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Leia a notícia completa aqui.
A embaixadora ucraniana em Portugal, Inna Ohnivets, pediu esta quarta-feira ao primeiro-ministro António Costa que sejam adotadas "sanções especiais" contra cidadãos russos com nacionalidade portuguesa.
É o caso do milionário Roman Abramovich, acionista maioritário do clube inglês Chelsea, que tem nacionalidade portuguesa desde 30 de abril de 2021, ao abrigo da Lei da Nacionalidade para os judeus sefarditas, que foram expulsos da Península Ibérica durante a Inquisição medieval.
A diplomata ucraniana foi hoje recebida, em São Bento, pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva e durante a reunião o assunto foi abordado.
Abramovich "é um aliado estreito [do presidente russo] Vladimir Putin", disse a embaixadora que aproveitou ainda para acrescentar que, no futuro, o milionário russo "pode ajudar Putin na continuação da guerra da Rússia contra a Ucrânia, financiando a aquisição de armamento".
A nacionalidade portuguesa ao empresário russo Roman Abramovich foi concedida num espaço de seis meses e está a ser alvo de uma investigação do Ministério Público, disse em janeiro a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Recorde-se que Abramovich foi convidado pelo governo ucraniano a estar presente na primeira reunião de negociações entre a Ucrânia e a Rússia, na Bielorrússia, tendo em vista uma solução pacífica para a guerra iniciada pela Federação Russa.
A filha do multimilionário, Sofia Abramovich, foi uma das vozes que já criticou Vladimir Putin através de uma publicação no seu perfil de Instagram privado, onde condenou a guerra entre os países.
"Putin quer uma guerra com a Ucrânia. A maior mentira da propaganda do Kremlin é que a maioria dos russos apoia o presidente", lê-se no post.
Em apenas um minuto, o preço do metal amarelo caiu 17 dólares por onça, aliviando de máximos de 13 meses. A queda foi, entretanto, amenizada.
Os contratos à vista (Spot) do ouro seguem a cair 1,47%, para os 1.916,61 dólares por onça.
O metal precioso registou em fevereiro o melhor desempenho mensal desde maio do ano passado.
A situação na Ucrânia está a agitar os mercados agrícolas, de metais e de energia, com o índice de "commodities" da Bloomberg a registar a maior subida desde 2009 para um máximo histórico.
Nos metais, a prata também cede terreno, caindo 1,27%, para os 25,05 dólares por onça. Já a platina e o paládio sobem 0,97% e 2,35%, respetivamente.
O Stoxx 600 fechou a ganhar 0,9%, invertendo face à tendência de abertura, com 15 dos 20 setores em terreno positivo. Ainda assim, o índice que agrega as maiores empresas europeias está a caminho do pior trimestre desde o início da pandemia.
Olhando para os restantes índices europeus, o Stoxx 50 ganhou 1,5%, o britânico FTSE 100 subiu 1,4%, o alemão DAX avançou 0,7%, o francês CAC 40 somou 1,6%, o italiano FTSE MIB avançou 0,7% e o espanhol IBEX 35 subiu 1,6%.
"As ações europeias negociaram lateralmente esta quarta-feira, com os benchmarks a pairar em torno da principal zona de suporte depois da liquidação de terça-feira. A pressão de ontem sobre as ações ocorreu na sequência da procura por segurança nos mercados de títulos", explica Pierre Veyret, analista técnico da ActivTrades, num comentário por escrito.
Após o refúgio nas Treasuries ontem, os mercados acabaram por estabilizar hoje "à medida que os bull traders defendem um apoio significativo em todos os benchmarks da UE", refere Pierre Veyret, sublinhando que "a volatilidade do mercado também deve aumentar para as ações de energia e mercados de matérias-primas à medida que os stocks de petróleo bruto dos EUA se aproximam".
A assembleia geral da ONU aprovou esta quarta-feira uma resolução que condena a invasão russa da Ucrânia, com o voto favorável de 141 dos 193 Estados-membros das Nações Unidas.
O texto aprovado "deplora" a agressão russa contra a Ucrânia e "exige" a Moscovo que ponha fim a esta intervenção militar e retire imediatamente e incondicionalmente as suas tropas do país vizinho.
A resolução teve apenas cinco votos contra - da Rússia, da Bielorrússia, da Síria, da Coreia do Norte e Eritreia - e 35 abstenções.
A medida foi adotada na reunião desta quarta-feira na reunião do grupo informal do Conselho Europeu e anunciado pelo ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire e pelo comissário europeu Valdis Dombrovskis.
"De facto, há um aumento de volume de transações em criptoativos o que pode indicar algumas tentativas de evitar as sanções através destes ativos e vamos agora avaliar e propor medidas", indicou Dombrovskis.
O ministro francês das Finanças, que assume a presidência rotativa do Ecofin, anunciou ainda que as sanções estão em constante avaliação por parte das UE, podendo ser reforçadas. Também foi avaliado o impacto das sanções nos Estados-membros, admitindo que o "maior risco é a inflação", em concreto dos preços dos produtos energéticos.
Para já, o Conselho Europeu acredita que os efeitos das sanções na economia russa têm sido eficazes, sobretudo no sistema financeiro, com a exclusão de sete bancos russos do sistema SWIFT.
(Notícia atualizada às 18:00)
O embaixador ucraniano na ONU, Sergiy Kysly, voltou a comparar Putin a Hitler e alertou que o presidente russo quer "privar a Ucrânia do próprio direito de existir", apelando a que o mundo tome ações "antes que seja demasiado tarde".
O diplomata voltou a discursar na assembleia-geral nas Nações Unidas, em Nova Iorque, num discurso bastante aplaudido, frisando que "o objetivo da Rússia não é apenas uma ocupação, é um genocídio", recordando os crimes de guerra que têm sido cometidos durante a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Este é um "momento de definição para a nossa geração" e agora "cabe-nos salvar as gerações futuras", sublinhou Sergiy Kysly, recordando que "há 80 anos outro ditador tentou resolver os problemas com outras pessoas. Falhou quando o mundo respondeu de forma resoluta e unida e o atraso custou a vida de dezenas de milhões de pessoas. Estamos dispostos a pagar esse preço agora?", questionou.
O diplomata aproveitou ainda para agradecer "todas as manifestações de solidariedade e apoio", acrescentando que desde o início da invasão russa, mais de meio milhão de ucranianos já conseguiu fugir do país.
O governo ucraniano convidou as mães dos soldados russos a irem buscar os militares capturados no seu território. "Foi tomada a decisão de devolver às suas mães os soldados russos capturados, desde que elas os vão buscar a Kiev, à Ucrânia", disse, em comunicado, o Ministério da Defesa ucraniano.
De acordo com o governo ucraniano, desde o início da invasão, o exército já fez dezenas de prisioneiros. O ministério publicou os números de telefone e um e-mail para onde as mães podem ligar para obter informações sobre os filhos que estejam detidos na Ucrânia.
Caso a detenção do filho seja confirmada, as mulheres russas são aconselhadas a viajar para a Polónia e depois a entrar na Ucrânia por um ponto de passagem na fronteira.
"Será recebida e acompanhada a Kiev, onde o seu filho lhe será entregue", sublinha o ministério que acrescenta que "ao contrário de fascistas como [o Presidente russo] Putin, nós, ucranianos, não estamos a travar uma guerra contra as mães e os filhos capturados".
Quatro caças russos violaram esta quarta-feira, durante breves instantes, o espaço aéreo sueco, indicaram as Forças Armadas suecas em comunicado.
O incidente ocorreu sobre o Mar Báltico, mais especificamente a leste da ilha de Gotland.
"Tendo em conta a atual situação, vemos este incidente como muito grave", assinala o documento.
Segundo o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, este é "o maior requerimento de sempre enviado ao Tribunal Penal Internacional". "Está claro que Putin não pode cometer estes atos horríveis com impunidade", escreveu.
A ministra britânica dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, anunciou a medida nas redes sociais, acrescentando que Moscovo está "a usar força indiscriminada contra civis inocentes na sua invasão ilegal e não provocada da Ucrânia" e que o "regime de Putin deve ser responsabilizado".
O sistema SWIFT confirmou esta quarta-feira que irá desligar sete bancos russos da sua rede global no sábado dia 12 de março para "dar cumprimento às sanções aplicadas".
"Os nossos pensamentos estão com aqueles que sofrem as trágicas consequências da invasão russa da Ucrânia", refere o comunicado da organização.
No início da semana, o Ocidente acordou excluir alguns bancos chave russos do sistema de pagamentos internacionais.
O SWIFT é utilizado por milhares de instituições financeiras em mais de 200 países para facilitar os fluxos de transações monetárias inter-Estados.