Quatro grupos espanhóis vão receber uma ajuda europeia de 37 mil milhões de euros. Estes fundos já foram aprovados por Bruxelas e serão agora transferidos do MEE para o fundo de reestruturação da banca espanhola (FROB).

Bruxelas aprovou esta manhã os planos de reestruturação de quatro cajas espanholas nacionalizadas, confirmou o Comissário Europeu da Concorrência, Joaquin Almunia.

No total, BFA-Bankia, Novagalicia Banco, Catalunya Banc e Banco de Valencia (este já vendido ao La Caixa) vão receber de Bruxelas 37 mil milhões de euros. Este valor não poderá ser usado para realizar aquisições, pagamentos de dívida, ou práticas comerciais agressivas, determinou a Comissão Europeia.

O plano aprovado hoje por Bruxelas prevê que as cajas nacionalizadas reduzam em 60% a sua dimensão e prevê que estas voltam a ser viáveis no médio prazo sem recorrer a mais ajudas.

A reestruturação das entidades é "importante", sublinhou o Comissário Europeu, citado pelo "El País", e prevê, além de uma redução do volume de activos em 60%, um corte na rede de agência para metade.

Bruxelas obriga as quatro entidades a centrarem as operações nas suas regiões, a abandonar actividades de risco e a focarem-se na banca de retalho. As cajas terão ainda que vender as participações industriais e a alcançar uma relação entre empréstimos e depósitos de 100% (à excepção do Novagalicia), segundo o "El País".

"É indispensável para a recuperação económica de Espanha, que o sector financeiro seja saudável e volte a financiar a economia real", disse Joaquin Almunia, em comunicado citado pela Bloomberg.

Bankia recebe metade da ajuda europeia

As quatro cajas espanholas já nacionalizadas vão receber, no total, 37 mil milhões de euros. Deste montante, quase metade será destinado ao Bankia (18 mil euros). O CatalunyaCaixa vai receber 9 milhões de euros, o Novagalicia Banco cinco milhões de euros e o Banco de Valencia 4,5 milhões de euros.

O plano de Bruxelas prevê ainda que o Governo conclua a venda da Catalunya Caixa e Novagalicia antes do final do período de reestruturação de cinco anos. "Caso a venda não seja possível, as autoridades espanholas devem apresentar um plano de liquidação ordenada", refere o "El País".

No caso do Banco de Valencia, já vendido ao La Caixa, Almunia garantiu que esta "opção é mais barata do que liquidar o banco".    

(Notícia actualizada às 11h57)